Com protagonismo internacional, não só por sediar a reunião do G20 mas pela presença em vários debates com variados países, o Brasil procura ter diálogo, presença e influência em um mundo cada vez mais interconectado mas também conturbado. Em verdade, vivemos tempos de mudanças e transformações, uma nova era de desafios que por sua abrangência e inusitado alcance, atinge atenção também de todos e qualquer um, cidadãos deste mundo em evolução. E é fato que a sobrevivência, o alcance saudável dos modos do saber viver, exige hoje que todos, homens e mulheres, prestem atenção nos acontecimentos, nas possibilidades e alternativas, mas também nos desafios.
E são muitos e estão na porta de todos: a crise climática, universal e ainda com repercussões inimagináveis, a transição energética que oferece oportunidades e desafios, a revolução nas comunicações eletrônicas e pessoais, a luta pela sobrevivência em ambientes mutáveis com oportunidades na alimentação, custo de vida, melhoria social e nos modos de sobrevivência, os novos enfrentamentos na ordem familiar, na educação de filhos, na sua formação e encaminhamento na vida, no emprego e sobrevivência saudável. Se são muitos hoje os “modos de viver” e do “saber viver”, a sociedade em evolução exige novas condutas e percepções.
Mas o Brasil vai melhorando e já mostra indicadores positivos: desemprego caiu para 6,4%, o menor de muitos anos; o PIB de 2024 pode chegar a 3,2% e repetir em 2025, o consumo da população cresceu 3,7% este ano, é ampla a oportunidade de novos investimentos no Brasil, na indústria, na infra-estrutura e nos serviços públicos, a educação básica vai se ampliando como também a formação tecnológica, os serviços públicos estão em debate crítico quanto a sua qualidade e oferta, é crescente a consciência política, cívica e cultural das populações na cobrança e fiscalização dos governantes.
Mas é precisa lembrar que são muitos os desafios para o Brasil: o extremismo ideológico gera atritos, dificuldades e até atentados à democracia; a desigualdade ainda é muito elevada; a fome ainda atinge populações inteiras deserdadas das oportunidades de emprego, renda, moradia e assistência à saúde e à educação; o banditismo tem níveis elevados e são um sintoma cruel de uma sociedade injusta e desigual; os governos, e não só no Poder Executivo mas também no Legislativo e no Judiciário, precisam se ajustar aos novos tempos e se colocar na vanguarda da promoção do desenvolvimento econômico e social com justiça e equidade. E a oferta de alimentação a preços acessíveis precisa ser ampliada.
A Internet e seus múltiplos aplicativos é a maior revolução de toda a história do mundo. Interconecta cidadãos de todo o mundo, para o bem e para o mal. É claro que amplia extraordinariamente o conhecimento e sua transmissão, potencializa o diálogo e todas as atividades humanas, mas também alimenta ódios e extremismos. E está a exigir regulamentação que o Congresso Nacional não faz e que o Supremo Tribunal já se prepara para fazê-lo, suprindo a omissão do Legislativo. Os protagonismos, do Judiciário e do Legislativo, necessários e decorrentes de suas missões institucionais, ainda constituem desafios e conflitos, que o Brasil precisa superar em nome da evolução civilizatória.
A aliança global que o Brasil procura alcançar pode ser extremamente benéfica. Mas exige sabedoria no posicionamento em um mundo também conturbado, com uma geopolítica que tem gerado guerras. Muda e mais ainda mudará a geopolítica mundial: a ONU perdeu poderes, Trump nos EUA é uma incógnita, a China amplia presença e domínios, as cruéis guerras da Rússia-Ucrânia persistirão até quando? E o claro genocídio de Israel em Gaza e Líbano irão resolver conflito milenar de domínio territorial e radicalizações políticas e religiosas?
Este é o novo mundo. De todos e de cada um, já que as transformações, abrangentes e universais, de poder ilimitado, alcança a todos, na vida familiar, no trabalho, no esforço pelo “bem viver”. Tempos contraditórios, a exigir de todos e cada um atenção e observação para não perderem as oportunidades próprios das transformações, mas também enfrentarem as mudanças, que também exigem percepções e adaptações nem sempre fáceis. São, enfim, reflexões muito atuais e que atingem a todos.