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Carta aos Tempos
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O novo mundo da Internet e as mudanças na vida de todos

Mauro Werkema

Entre os muitos temas que assinalam o mundo em transformação, a questão da evolução veloz e instigadora da Internet e da comunicação digital é assunto que precisa ser entendido e bem compreendido por todos, por todas as atividades e instituições. A primeira constatação é que as mudanças são velozes e nem sempre permitem plena compreensão do seu alcance na vida contemporânea ou mesmo seu uso nas atividades pessoais, profissionais, da aprendizagem, da vida empresarial. E conformam a vida e os modos de viver, relações sociais, estudar, trabalhar, se informar e manter-se consciente e informado deste mundo em mudança.

Viver neste novo mundo passou a depender de um novo conhecimento que o sintetiza: o algoritmo, código, senha, sequência de ações que permitem acessar a Internet. E, neste processo, transforma-se a comunicação com o mundo e vão se transformando coisas, ações, hábitos, o “saber viver” contemporâneo, que se tornou digital e alcança a todos, pela extraordinária evolução do telefone celular, que hoje tudo sabe e tudo pode, como computador portátil, fácil, acessível, rápido, mas também capaz de enganar, propagar inverdades e vender paixões e negócios. Mas é essencial neste novo mundo.

As mudanças que provoca, e ainda em curso, são muitas e impactam a vida contemporânea. Muda o sistema de aprendizagem, na escola na vida, derruba os livros, incrementa a comunicação humana e os negócios, forma conceitos e valores e é universal, para o mundo e as pessoas, crianças, adolescentes e idosos. E atinge hoje todos os aspectos da vida, na vida domiciliar, na escolas e no aprendizado, no deslocamento, no trabalho, na diversão, nos modos de vida e diversão, na política e na guerra ideológica, integrando de maneira absoluta a vida cotidiana e contemporânea. Quem não está na Internet volta à vida primitiva, isola-se do mundo e de tudo.

Adaptar-se a estes novos tempos não é tarefa simples. Exige adaptação, equipamentos, dotar-se de sistemas de informação, saber lidar com as transições e conviver com o mundo digital, saber conviver com novas mentalidades e reconfigurar maneiras de se comunicar, trabalhar e conviver. E aprender o que é o novo mundo dos algoritmos, suas senhas e poderes e preparar-se para as incessantes transformações que já estão em gestação em meio à emergência da Inteligência Artificial, cujas fronteiras e alcance na vida contemporânea, das pessoas e nações, no conhecimento humano e os avanços civilizatórios, que ainda não sabemos bem onde pode chegar.

Cada vez mais é estreita a simbiose entre as pessoas e as tecnologias digitais. As interações cada vez mais dependentes destas tecnologias que acessamos pelos algoritmos, as senhas de acesso a este novo mundo, a ponto de dela dependemos na vida diária e nas nossas escolhas. E a IA poderá tornar-se corriqueira na vida moderna, com implicações comportamentais e até adoção de novos valores de conduta. O que podemos esperar é que a IA sirva ao bem viver, valorize o bom diálogo, que seja instrumento de paz e das boas vontades, permita o avanço do sadio conhecimento, seja instrumento de paz, de redução de desigualdades, eliminação de doenças e bolsões de miséria.

É missão urgente e fundamental que a IA sirva para melhorar a vida, a convivência humana, o debate político e as ações governamentais e empresariais, que revalorize as relações humanas, insubstituíveis nas dimensões do ser humano e seus sentimentos e capacidades criativas, na resolução de problemas, na relação com a natureza. E que não sirva à guerra, à evolução armamentista na época dos misseis e drones.

E, em síntese, que sirva à comunicação humana, também insubstituível nos seus sentimentos, sensações da boa vontade e das aspirações humanitárias e da solidariedade, permitindo a construção de uma sociedade do bem, com prevalência de uma ética humana que concilie a subjetividade com o bom senso e o bem comum. Estas advertências são muito atuais e importantes, pertinentes neste momento de transformações. E é preciso que gerem consciências e valores éticos que possam contribuir para as mudanças que ainda estão por vir.

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