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Ações da Fundação Renova são discutidas em audiência Pública em Mariana

Ações da Fundação Renova são discutidas em audiência Pública em Mariana

Dívida de quase R,8milhões a 28 empresários locais foi o principal tema do debate, que ainda abordou a prioridade de contratação de mão de obra local

Mais de um ano e meio após a tragédia, os atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão/Samarco continuam na luta para terem os seus direitos garantidos. Dessa vez, a pauta inclui empresários da região que não receberam pelos serviços prestados a uma empresa de Conselheiro Lafaiete, que por sua vez, foi contratada pela Fundação Renova. Para levantar as questões, o Ministério Público de Mariana promoveu uma audiência pública na noite da terça-feira (20), no Centro de Convenções da cidade.

Com grande participação de moradores, comerciantes e dos atingidos, o encontro abordou diversos problemas envolvendo a Fundação Renova, instituição criada pela Samarco, BHP e Vale, responsável pela recuperação socioeconômica e ambiental das áreas atingidas pelo rompimento da barragem. “Recebemos várias reclamações de trabalhadores, empresários e atingidos sobre esses problemas. O primeiro deles é que a empresa contratada pela Renova não pagou os fornecedores locais, o que agravou ainda mais a situação de desemprego na cidade. A empresa, contratada pela Fundação, usufruiu de 28 empresários locais e não pagou, o que gerou um prejuízo de quase R$1,8 milhões”, pontuou o promotor de Justiça Guilherme de Sá Meneghin, que ainda afirmou que a Fundação deve assumir as dívidas.

O empresário dono do Restaurante do Ruck, de Monsenhor Horta, Evaldo de Arimatéia Carneiro, revelou que prestava serviço desde junho do ano passado, mas o contrato era direto com a Samarco. Mas desde janeiro, quando a contratação foi de responsabilidade da Fundação Renova, nenhum pagamento foi efetuado. “O meu prejuízo está em torno de R$131 mil. Já precisei mandar dois funcionários embora e caso não receba essa dívida, será preciso efetuar mais demissões”, lamenta o empresário. A Fundação Renova promete quitar as dívidas com os comerciantes em até duas semanas.

A falta de contratação de profissionais e empresas locais foi reivindicada na reunião, pois pode ajudar a minimizar os impactos do desemprego na cidade. De acordo com a Renova, mais de 70% da mão de obra é local.

Os atrasos para o reassentamento de Bento Rodrigues, também foram temas levantados na audiência. A partir das questões abordadas na reunião, o promotor acredita que será possível estabelecer um cronograma para a execução das obras. “Existem várias ações que não dependem da Renova, como os licenciamentos ambientais. Mas o que nós queremos é efetividade nas ações para registrar o terreno, promover as medidas necessárias e o pedido para fazer a obra, por exemplo”, concluiu o promotor.

A expectativa é de que as obras de reassentamento de Bento Rodrigues comecem no segundo semestre deste ano, mas as licenças ambientais podem atrasar o planejamento. “A previsão é de que a terraplanagem comece em agosto. Estamos aptos a entregar o novo Bento no primeiro semestre de 2019. Já estamos com o projeto pronto e aprovado pela comunidade e agora, o próximo passo, é o licenciamento ambiental”, destaca Álvaro Pereira, gerente de Execução de Projetos da Fundação Renova.

“Temos buscado de forma incansável entendimento para que se iniciem as obras de forma mais rápido possível. Porém, às vezes contamos com imprevistos, como os licenciamentos. No que depender da comissão, estamos atuando de forma contínua no sentido de que seja abreviado de forma mais rápida o reassentamento de Bento Rodrigues”, destaca Mauro Marcos da Silva, integrante da comissão das famílias atingidas.

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