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Ponto de Vista do Batista
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Estamos todos no mesmo barco LXXVII

Na primeira segunda-feira de outubro necessitei fazer uso de rede social, para transmissão de mensagens. Abri uma, tentei, mas não consegui usar. Abri outra, e…  a mesma coisa! Não funcionam? Deixemos para quando funcionarem! Como dizia a mamãe, não é sangria desatada. Como as uso somente pelo PC, nunca pelo tal smartphone, que prefiro ter como periférico, julguei ser um capricho do computador, que costuma, eventualmente, irritar um pouco a gente! 
Somente no dia seguinte soube que o computador estava inocente e não teria tido nenhuma culpa naquele incidente; a coisa teria sido bem mais séria para uma grande parte da humanidade conectada. Havia dado um perereco mundial nas principais redes sociais, razão pela qual as conexões desejadas não se completaram. Foi então que constatei, na internet, o bafafá derivado daquela falha no mundo virtual. Muitas lamentações e queixumes, por ficar desligado das modernas correntes de contato, durante cerca de seis horas. Sabe-se que mediante o uso do WhatsApp, do Facebook e do Instagram, muitos negócios são realizados, a economia é movimentada e muita gente se sustenta graças, em parte, a elas. Entretanto, o chilique mundial não foi bem entre empresários e empreendedores. Ele se deu na patuleia, entre desligados dos negócios e das boas ações humanas e humanitárias, pessoas às quais até falta um sentido de vida. Tanto alarido por ficar algumas horas fora do redemoinho de fofocas, intrujices, narrativas maldosas e toda sorte de veneno mental é muito preocupante, quando se sabe, por exemplo, que hospitais, na França e outros países europeus, correm o risco de entrar em colapso e isso ninguém comenta. Não se fala que profissionais da saúde, que se recusaram a se vacinar, podem ser demitidos dos estabelecimentos hospitalares e isso os levará a uma crise, por falta de pessoal especializado. A crise hospitalar acabará por desabar no lombo da população, que ficará sem ou com serviço de saúde deficitário. Deveria estar entre os assuntos em discussão, pela opinião pública, por se tratar de séria consequência advinda de uma imposição política, mal pensada e, talvez, imbuída de intenções obscuras. 
Na Inglaterra, prateleiras dos supermercados estão cada vez mais vazias e, grande parte dos postos de abastecimento está fechada, por falta de combustíveis; tudo isso porque há falta de caminhoneiros no país. Essa falta de profissionais do volante pode ser debitada ao “brexit” (saída do Reino Unido da União Europeia) somada à pandemia da COVID-19. Se o desabastecimento se devesse à falta de combustíveis, o problema seria mais facilmente resolvido, mas a causa está na falta do elemento humano, o mais importante em toda a cadeia entre os centros de produção e os centros de consumo. Haverá que recrutar profissionais no exterior, mas esse processo é demorado com várias implicações legais, treinamento e, a tudo coroar, a mão de direção na Inglaterra invertida! 
Poderão dizer que isso é na Europa e que não nos afeta. Engana-se quem assim pensa. De imediato, podem as consequências não sair de suas respectivas fronteiras, mas se não eliminadas as causas, elas podem alcançar outros pontos no mundo e na mesma linha de decisão política. Muitas vezes, a uma ferroada num pé corresponde outra, em alguma parte da extremidade oposta do corpo. No mundo globalizado é a mesma coisa. Estamos todos interligados e não é só por meio das frágeis, interesseiras e manipuláveis redes sociais! Como exemplo do dito acima, chama-nos a atenção o fato de a China estar a reduzir sua produção de fertilizantes, em razão da crise energética, pela qual passa o Dragão Vermelho. Como dependente, em 85%, do fornecimento externo desse insumo, o Brasil poderá ser, seriamente, afetado na produção de alimentos, por ser a China um grande fornecedor. Na extensão da corrente da mesma crise, países que dependem da importação de alimentos, aqui produzidos, também sofrerão. Atualmente, 20% dos alimentos consumidos no mundo são provenientes do Brasil. Então, não venham dizer que o que acontece na Europa pouco nos importa! Como é a necessidade que faz o sapo pular, no dizer da sabedoria popular, espera-se (no Brasil e em países, seus importadores de alimentos) que brasileiros consigam contornar, com seus próprios esforços, a carência dos fertilizantes, até agora importados, para que não falte alimento aqui dentro e lá fora. 
Mesmo com tudo isso a acontecer, há quem surte, arranque os cabelos, entre em crise existencial, porque redes sociais sofreram pane e não se pôde curtir, receber curtidas ou postar aquele vídeo mais ridículo que o ridículo! Ora, vamos ser mais racionais!

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