Nunca foi tão difícil, mas é nos momentos mais pesados, que precisamos que a vida seja leve. O mundo e os acontecimentos estão absurdamente fortes, mas não podemos nos esquecer que o mundo é feito por nós e se torna um reflexo daquilo que somos.
A tensão paira no ar. Estamos todos estressados, cansados, tristes, impotentes diante de uma pandemia que, como o próprio nome diz, não é de uma cidade, um estado ou um país, e sim do mundo inteiro. Um vírus invisível que atingiu a visibilidade do egoísmo humano, um vírus minúsculo, que expôs a enormidade de nossa impotência.
Há muito o planeta Terra sofre pelas mazelas das mãos humanas, que deveriam preservá-lo. A Natureza, em sua perfeição, vem sendo há tempos destruída pela imperfeição daqueles que nela foram colocados para viver em harmonia.
Diante da pandemia, a humanidade, como um todo, sofre, mas os seres humanos, individualmente, se revelam, através de sintonia e atitudes. Diante do inesperado, cada um reage à sua maneira. Há os que se solidarizam, os que se solidarizam e fazem algo, os que não se importam, há vários tipos de reações a uma situação que teria tudo para nos tirar o que temos de melhor, mas infelizmente, via de regra, vemos o oposto.
A hora é de leveza. De tentarmos, por mais difícil que seja, fazer parte do grupo dos que tentam aprender, dos que fazem o que podem para ajudar, da maneira que lhes for possível.
Cada acordar deveria ser, mais do que nunca, um agradecimento. Devemos agradecer pelo que temos e compartilhar com quem tem menos, seja este compartilhamento algo material, seja uma palavra, um apoio, um telefonema ou contato virtual, já que não podemos ter contato físico.
Como faz falta um abraço! Que vontade sentimos, todos nós, de voltarmos às reuniões familiares e com amigos, de sairmos de casa, seja para o trabalho, o lazer, ou simplesmente para dar uma volta pelas redondezas. Como não podemos, valorizemos o outro, mesmo que distanciados dele, e façamos com que este distanciamento seja somente físico.
Valorizemos, acima de tudo, aqueles que precisam enfrentar de frente o invisível que nós enfrentamos menos drasticamente. Estamos todos no mesmo barco, mas alguns seguem na popa e outros na proa. Rezemos pelos profissionais de saúde que estão na linha de frente deste combate e por todos que, direta ou indiretamente, estão mais vulneráveis do que nós. Ajudemos. Sejamos enfrentamento, mas sejamos leves, pois quanto mais o mundo nos pesa, mais leveza a vida nos pede.
Não está fácil para ninguém. Mas cabe a cada um fazer com que seja menos difícil para todos.