Imagem: Josilaine Costa
Por: Victória Oliveira
Jornal conversou com a Brigada Municipal de Itabirito, na figura do Sargento dos Anjos, que reforçou orientações essenciais de prevenção e primeiros socorros
O mês de maio foi marcado por uma triste fatalidade que abalou a cidade de Itabirito. Uma menina de apenas 4 anos perdeu a vida após se afogar na piscina de estabelecimento comercial, localizado na zona rural do município.
A Brigada Municipal foi acionada para prestar socorro, mas, ao chegar ao local, a criança já havia sido retirada da água e encaminhada para atendimento médico. Apesar dos esforços da equipe de emergência, a vítima infelizmente não resistiu. A Polícia Civil foi chamada para realizar a perícia e investigar as circunstâncias do acidente.
Diante da gravidade do ocorrido, a equipe do jornal conversou com a Brigada Municipal de Itabirito, na figura do Sargento dos Anjos, para entender quais são as orientações fundamentais de prevenção e como agir em casos de emergência envolvendo afogamentos, especialmente com crianças.
Prevenção é a principal aliada
Segundo o Sargento dos Anjos, a primeira e mais importante medida de prevenção é a supervisão constante: “É fundamental sempre ter um profissional salva-vidas em clubes recreativos que possuem piscina, independente da profundidade”. Assim, de acordo com a Brigada, algumas medidas simples e eficazes podem salvar vidas, são:
● Presença obrigatória de salva-vidas em clubes e espaços recreativos com piscina, independentemente da profundidade.
● Supervisão constante dos pais ou responsáveis: eles são a primeira e mais importante linha de prevenção.
● Em eventos com muitas crianças, como excursões, é essencial contar com monitores preparados.
● Instalação de barreiras físicas em piscinas que não estão em uso, para impedir o acesso de crianças pequenas ao local.
Como agir em casos de afogamento
A reportagem também questionou o que deve ser feito em situações de afogamento, especialmente quando se trata de crianças. De acordo com o sargento, o primeiro passo é simples, mas pode ser determinante para salvar uma vida: retirar imediatamente o rosto da vítima da água. “Cada minuto sem respirar, torna cada vez mais difícil a chance de sobrevivência”, afirmou. Assim, após retirar o rosto da vítima da água, deve-se acionar o salva-vidas ou os serviços de emergência (SAMU ou Brigada Municipal) o mais rápido possível. Se não houver salva-vidas e o afogamento não tiver sido causado por trauma, a vítima pode ser retirada da água com cuidado e deve-se iniciar o protocolo de atendimento:
● Verificar se a vítima está respirando;
● Em caso negativo, utilizar um BVM/ ambu (bolsa de ventilação manual) se disponível;
● Se não houver pulso, iniciar imediatamente as compressões torácicas (massagem cardíaca) até a chegada da equipe especializada.
Em casos de suspeita de trauma (como batida na cabeça ao pular na piscina), o ideal é minimizar o movimento da vítima, mas sempre garantir que o rosto esteja fora da água, pois isso ainda pode preservar chances de sobrevivência.
Conscientização para todos: famílias, estabelecimentos e poder público
A Brigada reforça: “A prevenção sempre será a solução para evitar esse tipo de ocorrência. Evitar locais sem segurança, ter atenção com crianças perto da água, não realizar brincadeiras perigosas na piscina e seguir sempre as instruções do salva-vidas são algumas medidas para alguém não ser uma vítima de afogamento”.
Além da dor e da comoção causadas pelo acidente, o episódio reacendeu debates sobre a necessidade de fiscalização rigorosa em locais com piscinas, assunto que tem ganhado atenção entre os próprios vereadores da cidade. “Fiquei muito triste pela situação, porque eu estava no hospital quando o pai chegou com sua filha afogada. Orei e pedi a Deus para nunca mais presenciar uma situação como essa porque foi muito triste, partiu meu coração e feio, aquela indignação ‘será que o clube realmente tinha o bombeiro para prestar os primeiros socorros?’. Eu não estou aqui para apontar culpado, mas a gente tem que verificar isso, as autoridades têm que verificar isso, será que tem um órgão fiscalizador? (…) Entrei com o requerimento para a prefeitura informar quem é o responsável de fiscalizar isso. Inclusive quero falar aqui que a Defesa Civil do nosso município tem total liberdade para chegar nos finais de semana com poder de polícia e fiscalizar”, afirmou o vereador Márcio Juninho (CIDADANIA), presidente da Câmara Municipal.