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Voto consciente, arma da cidadania e da república

Por Mauro Werkema

É com o voto que o cidadão exerce seu direito básico de participante ativo da sociedade. O voto é a principal arma da cidadania. Na urna indevassável, todos os cidadãos são iguais. Perante a urna, na sua consciência republicana, na sua opção eleitoral, o cidadão exerce o direito básico da democracia representativa, que é escolher seus representantes nos Poderes Executivo e Legislativo e contribuir para outro princípio essencial do regime republicano, que é a transitoriedade dos mandatos. Ali, ele exerce seu direito fundamental de julgar a conduta dos homens públicos, seu trabalho, o cumprimento das promessas que fez ao pedir ao voto, seu comportamento ético, seu verdadeiro compromisso com o interesse público. São valores fundamentais que todos e cada um devem levar em conta ao votar, o que se torna altamente necessário no Brasil atual, que ainda luta por construir uma autêntica democracia representativa.

Ao cidadão consciente de seu dever cívico cabe um olhar ampliado, crítico e soberano, livre e consciente. Que pense na sua cidade, na qualidade de vida que oferece, nas demandas, o currículo dos candidatos, seus programas, o que propõem concretamente para melhorar a vida de todos e para encontrar soluções para os problemas comuns. Cabe também um olhar crítico sobre as três cidades da chamada Região dos Inconfidentes, Itabirito, Ouro Preto e Mariana, que incentivam a uma reflexão maior. Muitas são as questões específicas de cada cidade e da região, cada vez mais povoada, com problemas de convivência entre a grande expansão da mineração e as cidades, suas estradas e o meio ambiente. É dever dos cidadãos, homens e mulheres conscientes, se informar, debater, analisar, conhecer sua cidade, sua região, suas questões econômicas, sociais, urbanas, ambientais, a qualidade de vida, problemas comuns como Educação, Saúde, Habitação, obras públicas.  E, com plena consciência de sua responsabilidade como eleitor, escolher os candidatos melhores, conforme seus currículos, suas vidas e seus programas.

O mundo globalizado, a excepcional convivência humana permitida pela Internet, as mídias sociais, a ampliação dos meios de informação, concede ao cidadão de hoje, mesmo o mais afastado dos centros urbanos, condições de se informar.   É opinião dominante que é preciso, no Brasil, ampliar o debate sobre a representação política com a escolha de governantes realmente comprometidos com as demandas do povo, sobretudo dos mais pobres. Os governantes devem ter diálogo aberto, efetiva vontade de trabalhar, capacidade de realização de obras que a população precisa. Precisam e ter ousadia, visão ampla, compromissos efetivos com a solução de problemas.  E preciso que o cidadão, com seu voto, pense em todas estas circunstâncias e faça da sua decisão, essencial à democracia, o instrumento com que exercerá, de modo efetivo, eu direito básico de influir na vida comum.  Que pense também nos partidos políticos, na sua história, no seu programa, se efetivamente demonstram compromisso com as necessidades básicas da população. E, que essencialmente, não sejam partidos de aluguel, criados apenas para acobertar interesses pessoais ou escusos, desprovidos de conteúdo ideológico e doutrinário que lhes deem rumo e identidade.

Tanto quanto o voto, o exercício da boa política são fundamentais. A política é o exercício da busca do bem comum, pelo debate republicano das questões comuns e as propostas de encaminhamento de soluções. Não interesse à democracia a demonização da política. É pela política que se realiza a democracia.  O voto consciente abrange uma análise do partido político e do que vem fazendo para que o exercício da política seja ética, realista, não demagógica, tenha compromissos claros, em favor do bem comum. Não dá mais para aceitar partidos ocasionais e   os profissionais da política, que querem se perpetuar no poder, mesmo sem ter propostas que justifiquem novas disputas. No ato de votar, é essencial que o eleitor não se deixe contaminar pelos demagogos, pela propaganda ilusória, pela falácia dos falsos cidadãos, em que a vaidade e o gosto pelo poder é só o que os  move.

Estas advertências são essenciais em meio à campanha política que se realiza. E é bom lembrar que a renovação começa nas cidades, na Prefeitura e na Câmara de Vereadores. É na vida comunitária, na vida compartilhada, nas cidades e suas questões de moradia, locomoção, serviços públicos   básicos de limpeza, segurança, saúde e incentivo à criação de empregos, que o voto cidadão é mais importante. Ele decide a vida de cada um e de todos. E sabemos que são muitas as carências, que dificultam a vida de todos e que podem ser resolvidas com gestão pública competente, com obras públicas, com intervenções administrativas, sempre ouvindo a população e conhecendo suas necessidades.

Votar consciente é exercer a democracia, exaltar o regime republicano, é estar participando do debate público sobre a vida comunitária.  É ato nobre, solene, essencial, deve ser livre e resultar da consciência do cidadão. Bom voto a todos. E vamos em frente Brasil. 

* Jornalista – maurowerkema@gmail.com

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