Em setembro, Samarco anunciou encerramento do subsídio ao Colégio
Desde que a Samarco noticiou que terá que suspender o contrato de manutenção do colégio Arquidiocesano na Vila Samarco, em Antônio Pereira, a comunidade não tem medido esforços para manter o benefício no distrito. Manifestações e reuniões entre membros do conselho de pais e alunos e a sociedade são realizadas desde setembro.
Com o objetivo de reforçar apoio e conscientizar a importância da unidade Cônego Paulo Diláscio para a comunidade, moradores compareceram à reunião da Câmara no dia 24 para pedir apoio do legislativo. “Uma escola particular naquela região não tende às necessidades e os anseios da comunidade. O que nós queremos é dar oportunidade para um número maior de crianças de Antônio Pereira e de Vila Samarco numa escola gratuita com ensino de qualidade”, destacou Maria Helena, servidora pública.
Os vereadores Alysson Gugu, Chiquinho de Assis e Regina Braga participam de uma comissão de vereadores que tem como objetivo acompanhar as negociações e verificar as possibilidades de municipalização do colégio. “Vamos conversar com todos os envolvidos, juntamente com a comissão de transição de governo e a nova gestão para estudar as possibilidades de tornar isso possível”, explicou Alysson Gugu.
Em contato com a assessoria de imprensa da Samarco, a mesma confirmou que a mineradora mantém a decisão, que foi tomada devido às condições financeiras da empresa após o rompimento da barragem de Fundão, sendo este o único convênio mantido no ano de 2016.
A secretaria de Educação afirmou que o fechamento parece ser irreversível, e como se trata de uma instituição particular, os alunos serão encaminhados para a rede estadual. O grande problema é que o entorno da escola que foi construída para abrigar esses alunos está totalmente abandonado, sem nenhuma infraestrutura. Fabrício Nepomuceno, diretor da Escola Estadual Laura de Carvalho, de Antônio Pereira, enviou uma carta pedindo apoio do município à instituição do distrito. “Ao se aproximar a inauguração da escola e a mudança de todos os alunos para o prédio 7, que é esperado há mais de 10 anos, aumenta o nosso desespero, pois o que dependia do estado está pronto, uma escola linda, espaçosa, uma das melhores da região. Mas o entorno está em estado de calamidade pública”, desabafa o diretor em carta lida pela vereadora Regina Braga. “Não tem saneamento básico, não tem pavimentação, muito menos iluminação pública. O entorno está sem mínima estrutura”, pontuou o presidente da Casa Thiago Mapa.
Dos 270 alunos, 60 recebem bolsa integral custeada pela Samarco, que cobre a mensalidade de R$ 667, alimentação, uniformes, livros e transporte. Outros 66 alunos são beneficiados com bolsas parciais, que são os filhos de empregados da empresa. Os profissionais do colégio também ficarão sem emprego, 42 professores e 37 funcionários.