A Secretaria de Saúde intensificou a campanha de prevenção contra a leishmaniose em Ouro Preto, sobretudo em Antônio Pereira com ações de sensibilização da população e exames da população animal.
Por meio de visitas aos imóveis do distrito, os agendes de endemias realizaram um senso canino, identificando 768 cães na localidade. Agora, todos os animais estão passando por exames de sangue para verificação da doença. Esta ação se faz necessária após a confirmação de contágio humano em uma criança moradora do distrito.
Apesar de ser infecciosa, a leishmaniose não é contagiosa de um ser humano para outro. Trata-se de uma doença causada pelo parasita Leishmania, que se hospeda em cachorros após a picada pelo mosquito da espécie Lutzomyia longipalpis, conhecido como mosquito Palha. O ser humano adquire a doença após ser picado por um mosquito que antes havia picado um cão infectado.
Nathália Caroline Soares, veterinária responsável pelo Setor Municipal de Zoonoses afirma que a equipe está empenhada nas ações de bloqueio da doença, no entanto é necessário o apoio da população. “Precisamos da colaboração da população recebendo os agentes em casa, ajudando a segurar o cachorro e mantendo-os sempre presos em casa”, ressalta. A veterinária esclarece ainda que a principal forma de contágio da doença é a proliferação do mosquito-palha. “Para combater o mosquito, a população precisa manter a casa e o quintal sempre limpos. Se houver galinheiro, chiqueiros ou canil, deve-se mantê-los limpos e secos. As folhas de árvores, fezes de animais e restos de madeira devem ser recolhidos, porque acumulam umidade e favorecem a criação do mosquito”, esclarece.
Além das visitas domiciliares, o Setor de Zoonoses vem realizando diversas intervenções educacionais para esclarecer sobre a doença. A primeira foi realizada na Unidade de Pronto Atendimento de Antônio Pereira, informando medidas básicas de prevenção à equipe médica local. A segunda, aberta a comunidade, foi realizada em março na Escola Estadual Daura de Carvalho Neto.
Segundo Girley de Oliveira Almeida, técnico de referência de leishmaniose do município, as medidas preventivas e informativas (com instruções de prevenção, principais sintomas e indicações adequadas de ajuda) vão continuar nos próximos meses. “No primeiro momento, o foco é Antônio Pereira, mas as ações serão ampliadas para os demais locais”, ressalta.
O que acontece com o cachorro que hospeda o parasita
O exame de sangue nos animais acontece da seguinte forma: os agentes recolhem uma pequena amostra de sangue do cão, o material é levado para o Hospital Municipal de Ouro Preto aonde o teste é realizado. Caso o resultado seja positivo, o exame é levado para a Fundação Ezequiel Dias, laboratório especializado em realizar exames desta natureza. Se houver confirmação, os agentes endemiológicos voltam a contatar a família para explicar o que ocorre com o cachorro.
Diante desta situação, o departamento de zoonose oferece duas alternativas para o dono do animal. A primeira seria realizar o tratamento contra a Leishmaniose, em que o cachorro é acompanhado por um veterinário. Sendo assim, o dono assina um termo comprometendo-se a enviar um laudo médico mensal para a Zoonose, com o intuito dos responsáveis verificarem o estado de saúde do cachorro.
Já a segunda alternativa seria entrar em contato com a Vigilância em Saúde, na qual os responsáveis avaliarão a saúde do cão e, dependendo da situação, poderá ser realizada a eutanásia.
Sintomas
Algumas pessoas não apresentam sintomas. Em outras, os sintomas podem incluir febre, perda de peso e inchaço do baço ou fígado e anemia.
No cachorro, os sintomas são os seguintes: perda de peso, falta de apetite, feridas na pele que não cicatrizam, falta de pêlo à volta dos olhos e debilidade. Os donos devem comunicar imediatamente o departamento de Zoonose pelo telefone: 3559-3394.