Eis um vazio instalado no afeto da cidade. As nossas ladeiras perdem um pouco da doçura, da candura, da criatividade espontânea e rimada.
O homem alto, de sorriso aberto e que com o tabuleiro nas mãos oferecia alegria adocicada.
“Vai um Cajuzão pra alegrar o coração?”.
Assim seu Tião subia e descia andando por Vila Rica. No ônibus, na feira, na praça, na rua. Lá ia seu Tião levando doces e versos.
Poeta de improviso, sempre atento à cidade. Homenageava com carinho, com alento e sinceridade. Ouro Preto perde hoje um de seus grandes personagens. Daqueles que seguiremos buscando com o olhar pelas ladeiras, esquinas e becos. Sentiremos a falta do grande homem de jaleco branco que levava doces e semeava a paz. Seu “Tião do Doce” para sempre em nosso coração.
Sinto-me muito honrado em poder ter concedido a ele, em nome da nossa população, o título de Cidadão Honorário de Ouro Preto, pois muitos não sabiam, mas Sebastião da Circuncisão da Silva foi nascido em 1º de janeiro de 1930 em Brás Pires. Veio para Ouro Preto aos 13 anos e aqui teve 13 filhos com a saudosa Dona Maria. Vivia na Rua 13 de Maio.
Homem trabalhador, atuou na Usina de Açúcar de Ponte Nova, se aposentou na Alcan de Ouro Preto e para complementar a renda e nos trazer felicidade se destacou no imaginário popular com seu tabuleiro de doces, subindo e descendo as ladeiras da nossa Ouro Preto por mais de 40 anos.
Seu “Tião do Doce” foi fazer poesia e adoçar o céu. Ficará para sempre em nossa memória, patrimônio de nossa cidade.
Seu Tião era da Paz…