Por Mauro Werkema
O turismo retomou seu bom desempenho após dois anos de paralisação absoluta, levando o fechamento da quase totalidade das agências de viagens, operadoras, hotéis e restaurantes. E permitiu o retorno de várias atividades integrantes da vasta cadeia de serviços integrantes do turismo contemporâneo. E com uma característica: as viagens são de curso pequeno, com um máximo de 300 quilômetros de distâncias dos centros emissores e o destino, usando o automóvel e com menor custo em geral. Realiza-se, neste momento, a tradição da “fuga do urbano”, o que tem beneficiado, especialmente, as cidades históricas mineiras, as pousadas rurais, em temporadas curtas, de baixo custo.
Uma terceira onda da epidemia não parece assustar os turistas após dois anos de quase absoluta reclusão domiciliar e economia e de gastos. O turismo internacional mantém-se ainda com baixa demanda, em razão principalmente do alto custo das passagens aéreas. Mas, no turismo interno, verifica-se ocupações muito positivas de hotéis e pousadas, restaurantes, visitas a destinos mais atrativos, com um fluxo que indica claramente que o setor poderá recuperar-se em menos tempo do que se pensava há poucos meses.
Mas algumas reflexões são necessárias e até indispensáveis para que este fluxo de visitantes permaneça e até se amplie. É essencial que se entenda que satisfação do cliente é o fator principal que garante fidelidade e boa reputação. E esta satisfação depende de um conjunto de fatores, como preços justos, bom atendimento, qualidade dos serviços prestados, boa hospitalidade, boa hotelaria, boa alimentação, boa informação orientativa e um sistema de turismo receptivo que efetivamente bem receba, oriente e informe o visitante e garanta sua proteção. E que explore o turismo e não o turista, com atitudes e cobranças que o afastem.
É o momento, portanto, de os destinos turísticos e os prestadores de serviços reorganizem e requalifiquem seus atendimentos. A reclusão epidêmica trouxe vários ensinamentos para todos, empresários, visitantes, prestadores de serviços. Quem não percebê-las e, efetivamente não realizar as mudanças necessárias, perderá o momento e certamente não só não vai ´prosperar como, a médio praz, poderá sair do mercado.
É fundamental lembrar que ainda vivemos momentos críticos do custo de vida, o alto desemprego, a crise econômica e as incertezas políticas neste ano de eleições. E o consumidor em geral, mas especialmente o turista, também mudou. Está mais atento a preços, a outras facilidades, à garantia de segurança pessoal e de saúde e, sobretudo, está mais bem informado com a evolução das tecnologias eletrônicas, que atingem a todos. O turista tem informações, discute vantagens, tem novas exigências e suas demandas e estão ampliadas.
Enfim: o retorno do fluxo de visitantes é fato muito positivo, mas a garantia de sua continuidade e o fortalecimento dos fluxos turísticos dependem dos serviços prestados e sua qualidade.
mauro.werkema@gmail.com