Como há quatro anos atrás e como há oito anos também e assim como em muitas ocasiões começam a aparecer novamente os carros decorados com nomes e números. Vote nesse, vote naquele e ainda mais um e mais um e mais uns. Novamente aparecem aqueles slogans antigos, batidos e vazios que não querem dizer absolutamente nada. E dá-lhe de “Nesse você pode confiar”, “Esse é gente nossa”, “Trabalho e honestidade” e vai por aí afora.
Devo dizer, a bem da verdade que não sou dessas pessoas que são contra a política, que acham que todo mundo é corrupto e que política não resolve nada. Tampouco fico repetindo chavões de “nova” e” velha” políticas. Isso são discursos vazios repetidos por velhos lobos para encantar os incautos, o que aliás fez muito sucesso recentemente. E todos agora assistem os “novos” políticos dançando o baile animados pela “velha” banda de sempre.
Pelo contrário, sou francamente favorável à que haja ampla participação política, acho que pessoas jovens têm que procurar se engajar em movimentos e associações. Acredito que tem um importante papel social a ser desempenhado pelos ativistas de vários matizes. Acredito que se os cidadãos abrirem mão de participar e debater alguém fará isso no lugar deles. Então que fique claro que esse não é um libelo contra a política nem tampouco uma apologia dessa farsa chamada “nova política”. Política é uma ação humana, social, econômica, ambiental, filosófica, ideológica, solidária e de vitalização da “pólis”, o espaço onde vivem, convivem e atuam os cidadãos.
Assim, o que proponho aqui é que cada cidadão, sendo eleitor (ou ainda não) pergunte à quem se candidata (ou tente descobrir), seja para prefeito ou para vereador, algumas questões, tais como:
Porque você se candidatou?
Quais são os seus planos para o mandato?
Qual a sua proposta para a limpeza do rio que corta a cidade recebendo e carregando esgoto?
Como você pretende atuar para equacionar a questão do trânsito na rodovia que corta Cachoeira do Campo?
Você se compromete a lutar por orçamento participativo?
Você se compromete a prestar conta de seu mandato à cada três meses, em audiências públicas em Cachoeira do Campo, mostrando quais projetos apresentou, quais inciativas tomou, quanto recebeu e como gastou o dinheiro público que recebeu?
Qual a visão de futuro você tem de Ouro Preto e Cachoeira do Campo para daqui a dez anos? E vinte anos?
Como você pretende trabalhar seu mandato para que esta visão seja realidade?
Como você vê a educação no município e no distrito de Cachoeira do Campo?
Como você vê a questão da saúde no município e no distrito de Cachoeira do Campo?
Você tem algum projeto para criação de empregos e diversificação econômica para a região e para Cachoeira do Campo?
O que você acha de políticos que se tornam profissionais da política se reelegendo sempre ou se candidatando sempre para quaisquer cargos?
Quais trabalhos associativos você já participou?
Quais são a seu ver os principais problemas de Ouro Preto e Cachoeira do Campo e quais são suas propostas para equacioná-los?
Você se compromete a lutar e ou implementar por uma subprefeitura (ou uma administração distrital) em Cachoeira do Campo?
Obviamente que essas são apenas algumas perguntas e que a amplitude delas é variável e ao gosto de cada um. Mas com certeza não acredito em ninguém que se candidate e não tenha no mínimo essas respostas de maneira clara, objetiva e firme. E que obviamente assuma isso.
E queria ainda deixar uma ou duas questões não para os candidatos, mas para os cidadãos eleitores para sua reflexão e discussão.
Você acha que a maneira de mudar a forma de fazer política numa comunidade se deve somente à atuação dos políticos ou dos cidadãos participantes?
Quando você vota em alguém para algum cargo político, você está delegando para ele fazer “O QUÊ?” em seu nome? Ou você somente passa uma procuração em branco?
Boas eleições.
Bom futuro.