Mauro Werkema*
A elevação do custo de vida é a principal preocupação dos brasileiros nos nossos dias. Tiveram aumentos elevados os alimentos em geral, a gasolina e o diesel, o gás de cozinha , a energia elétrica, medicamentos em geral, planos de saúde, entre muitos outros itens e serviços básicos da vida cotidiana. E novos aumentos virão conforme se anuncia. Os preços estouram os orçamentos domésticos e os modos e de vida da grande maioria da população e a carestia geral, segundo os especialista, só pode ser enfrentada com um planejamento pessoal ou familiar que permita evitar endividamentos e outras surpresas.
Ao consumidor cabe, além do planejamento do orçamento doméstico e de gastos gerais, realizar pesquisa de preços, de promoções e possibilidades de ganho em volumes adquiridos, tendo em vista a velha fórmula do custo-benefício. A indústria brasileira oferece hoje muitas opções de produtos de uso doméstico assim como também a cesta alimentar básica, com possibilidades de escolhas sem perdeu qualidade ou quantidade. É o que recomendam os especialistas e a prática vem mostrando que tais práticas podem ser um meio eficiente de compensar parte dos altos custos. Infelizmente, a classe média mas especialmente a mais pobre, sofrerão tais restrições.
As previsões é que a elevação de preços ainda não se esgotou . A inflação brasileira já está próxima a 10% , constituindo o principal fator de reajuste de preços, não só devido a custos reais mas também pela especulação, conduta dos aproveitadores. A Selic, que mede a taxa básico de juros, está em 11,7% e a previsão e que chegue a 12,7% em dois meses, estimulando a especulação financeira. E a guerra na Ucrânia tornou-se fator de alta dos preços de grãos, como o milho, trigo e soja, acarretando vários aumentos, na panificação, na alimentação de francos e suínos, básicos na alimentação dos brasileiros. Os fertilizantes usados pelas lavouras brasileiras, também em grande parte importados da Rússia, deverão provocar novos aumentos, em processo integrado em cadeias de custos. Igualmente sobem os medicamentos para o tratamento da pecuária.
Em resumo: 2022, ano em que estamos saindo da epidemia, já se apresenta mais problemático, por fatores internos e externos. É também ano eleitoral, o que já acarreta um cenário econômico fora do normal. A guerra Rússia-Ucrânia produzirá uma nova geopolítica mundial, com a China tornando-se ainda mais influente em todo o mundo. Ocorrerão mudanças nos mercados produtores e consumidores mundiais. Outras restrições são causadas pelas normas econômicas e financeiras impostas pelos EUA e países europeus à Rússia. Agrava este quadro a elevada taxa de desemprego no Brasil, que alcança 11,6% da população.
E não há perspectiva, no médio prazo, de retomada do crescimento econômico, que poderia garantir maior circulação de renda, mais empregos e salários.
Vivemos, portanto, tempos recessivos a exigir de todos redobrada atenção nos gastos domésticos e pessoais E resta-nos esperar, sem perder as esperanças, de que poderemos ter, em futuro ainda um tanto incerto, tempos melhores.
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