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Carta aos Tempos
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Convivendo com a realidade

Hoje vamos relembrar três histórias nas quais participamos. A primeira bem antiga – aconteceu há mais de 50 anos em Belo Horizonte. A segunda aconteceu há 30 anos, bem longe daqui de Ouro Preto. E a terceira que aconteceu neste sábado passado, aqui em Cachoeira do Campo. E você aprenderá, no mundo das fake-news, por que tem que ter cuidado com o que lhe dizem e com o que você vê e ouve…

História-1: |Eu estudei no Colégio Estadual de Minas Gerais, antigo Ginásio Mineiro fundado em 1850 em Ouro Preto e que veio de Ouro Preto para Belo Horizonte na mudança da Capital. Entre 1957 e 1964. Fui colega da Dilma (ela tem dois anos menos do que eu) e, portanto, sei que o Colégio e os Professores de Matemática foram os mesmos. Será que os alunos é que eram diferentes? Pois ela aprendeu – como dizia nas entrevistas – que 7+5 = 9, 13 – 6 = 11, etc. Deve ser por isso que ela foi “Presidenta” (!?) do Brasil. Meus professores ensinaram que 2+2 = 4, 3*5 = 15. E foi assim que aprendi.

História-2: Eu trabalhava em Asunción (Paraguai), em 1985 e fui comprar uma camisa. Os preços na vitrine eram todos em US$ e anunciavam que, para brasileiros, aceitavam R$. A camisa custava US$ 22 e o dólar valia R$ 2.10 (Bons tempos!). O vendedor pegou a calculadora e foi dizendo o que digitava na calculadora, que estava virada para que eu confirmasse o que ele fazia. É assim apareceram (US$) 22 * (R$) 2.10 = (R$) 63,80!

Eu disse: “Señor! Tiene algo mui estraño em suia calculadora! El valor debe ser solamente R$ 46.20! No pagaré +38%, indevidos…”. Ele riu e disse: “Mi amigo del Brasil! Esta és una calculadora especial para ustedes, brasileños. El que yo digito después de la vírgula parece ser el dígito Uno pero és el digito Nueve. Yo desactivé parte de los circuitos que mostraban 9 y ahora mostra apenas 1. Entonces 22 * 2.10 = 46.20 y 22 * 2.90- = 63.80. Tenemos mas calculadoras apropriadas. Le gustaria llevar una? Hay para norte-americanos, argentinos, chilenos, etc. Este é um producto del Paraguai! Y la garantia so Yo”!”

História-3: Dia 4 de janeiro de 2019, eu fui comprar 500 parafusos para madeira em Cachoeira do Campo, sendo atendido por uma menina bonita. Perguntei se ela tinha caixa fechada, pois não queria comprar no varejo, pois sairia caro. Ela disse que não tinha caixas fechadas, mas que no mostruário havia muitos parafusos do tipo que eu precisava. Perguntei se ela iria contar, um-a-um… Ela disse e já foi fazendo isto: “Claro que eu não vou contar! Vamos calcular! Pego a caixa com os parafusos e peso (X1 gramas) / Separo 10 parafusos e também peso só eles (X2 gramas) / Peso uma caixa vazia (X3 gramas). Agora vamos calcular: (X1 – X3) / X2 = 530 parafusos! Vou arredondar para 500… O Senhor quer que eu conte? Mas eu não posso mudar o preço unitário. Só o meu gerente.”. Ele me atendeu e disse: “Rodolfo, pague 1/3 do preço unitário. Você é bom cliente, você merece!” Gastei menos tempo para comprar 500 parafusos do que você gastou lendo esta história-3. E ainda economizei 2/3!

Resumo das três histórias: 

(a) Estude matemática, não faz mal algum. E evita que você seja, sem querer, presidente do Brasil. E nem precise criar palavras que não existem e que não resolvem nada – Presidenta? 
(b) Nunca acredite no que vê nem no que ouve! Estamos no mundo das fake-news… Principalmente em produtos “del Paraguay…”
(c) Será que a balança que a moça usou também é fabricada no Paraguai? Pois, no Brasil e no Paraguai, tem balanças que mostram 1 kg quando só tem 900 gramas… Um Litro de gasolina com 880 cc… Carne de galinha congelada com muita água, etc. E assim o mundo avança!

Já a menina que me atendeu, a Maria Luiza,  merece elogios: vai receber um presente de minha parte. Mostrou que matemática resolve problemas. No Paraguai ajudou-me a não ser roubado. Já com a Dilma você sabe o que aconteceu. O primeiro decreto dela foi criando a palavra “Presidenta”. Achava que Presidente da República do Brasil tem “sexo”. Será que Gerente de O LIBERAL têm sexo? Se tiver, merecemos criar uma palavra: “Gerenta”… E o pai dela, Agnaldo, respeita os clientes! São pessoas assim que precisamos ter no Brasil, se queremos, um dia, ser um país digno!

(*) Rodolfo Koeppel mora em Glaura há 20 anos. Onde se diverte fazendo coisas em madeira e gastando 500 parafusos. Alguns acham que ele tem “um parafuso a menos”. E ele acha que tem políticos brasileiros com “um parafuso à mais, normalmente roubados…” Se você quiser aprender a contar 500 parafusos e também aparafusá-los, e se divertir, faça contato  Rodolfo.koeppel@gmail.com

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