Por Mauro Werkema
A Internet revoluciona a vida de todos, cidadãos, empresas, relações culturais e econômicas. Concordam os historiadores que representa a maior evolução da Humanidade nos tempos modernos. Mas também apresenta consequências danosas pelo mau uso e vários tipos de transgressões que se aproveitam do imenso poder de transmissão de dados, informações e opiniões, para o bem e para o mau. Um uso perverso são as fake-news, ou difusão de notícias e opiniões manipuladas, inverdades, acusações infundadas ou manipuladas. O Brasil, assim como a maior parte do mundo moderno, sofre as consequências deste uso perverso da Internet.
A campanha eleitoral no Brasil começou e a divulgação de notícias tendenciosas, provocando desinformação, já inundam computadores e telefones. Tudo indica que o ocorrido na eleição de 2018, em que o uso massivo de propaganda tendenciosa ou mentirosa dominou a comunicação eleitoral e, certamente, deformou a eleição. Parece que, embora em menor proporção, temos esta situação repetida neste ano de 2022. Os conteúdos manipulados já estão nas redes sociais, apesar das inúmeras advertências feitas aos administradores da Internet.
É fácil, barato, rápido e eficaz o uso manipulado de informações na campanha eleitoral. Isto apesar de todo o estorço do Tribunal Superior Eleitoral que já puniu responsáveis e realizou repetidas advertências a empresas que se dedicam a espalhar mentiras e a atacar adversários, inclusive a própria Justiça Eleitoral. Mas o combate a tais deformações é complexo e difícil. E hoje tais difusões de notícias manipuladas passam por robôs, capazes de multiplicar milhares de notícias simultaneamente em chamados “vídeos virais”. O incrível é que a campana contra o mau uso conta com o apoio das empresas que operam a Internet mas o controle é complexo e difícil.
A verdade é que os candidatos, os partidos políticos, os comunicadores das campanhas não abrem mão do uso das mídias sociais, até porque são instrumentos ágeis e de baixo custo, quando comparados às mídias tradicionais. E a campanha continuará nesta competição eletrônica, apesar das ações de punição já realizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral. Felizmente tem surgido ações que permitem identificar as fake-news e informar aos cidadãos sob o período da desinformação. Mas ainda não conseguem evitar plenamente que influenciadores digitais continuem a divulgar mensagens tendenciosas.
Cabe ao cidadão consciente separar as boas e corretas informações das manipuladas portadoras de inverdades ou de versão maliciosas. É fundamental que se possa separar as notícias boas da desinformação manipulativa, sem o que o resultado da consulta eleitoral ficará comprometido. Mas é preciso discernimento, boa vontade, isenção, objetividade de análise para identificar manipulações, o que não é fácil para pessoas sem maiores condições de compreensão do que estão ouvindo ou lendo. Estas são, enfim, advertências fundamentais para todos os eleitores que desejam um resultado eleitoral limpo, verdadeiro.
E fazendo com sejam eleitos candidatos que se tornaram conhecidos por suas verdadeiras qualidades e não por difundir notícias falsas ou exploradores da ingenuidade de muitos.
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