Por Nylton Gomes Batista
Muita gente tem visto na televisão, lido em jornais ou ouvido, de alguma forma, sobre política do carbono, medidas para minimizar efeitos do carbono, descarbonização, créditos de carbono e outras expressões ligadas ao mesmo assunto, mas não sabe o que seja. Por ser assunto relativamente novo, mais afeita a especialistas, é natural que o grande público ainda esteja um tanto desconectado sobre alguns aspectos. Entretanto, é bom frisar que, mesmo por ser assunto novo, há ainda pontos obscuros, em torno dos quais pululam muitas opiniões divergentes. Por isso há que estar atento às discussões, que se travam em torno do tema meio ambiente. “Nem tudo que reluz é ouro” e nem todo lodo é desprezível!
De acordo com estudos, o planeta enfrenta desafios ambientais cada vez mais urgentes, na cobrança de ações efetivas para mitigar os impactos das atividades humanas no meio ambiente. A política do carbono seria uma abordagem inovadora que visa enfrentar a crise climática, buscando reduzir as emissões de gases, causadores do problema. Segundo especialistas, a política do carbono é uma estratégia a incentivar a redução das emissões de carbono para combater as mudanças climáticas. Baseia-se no princípio de que a queima de combustíveis fósseis, como o carvão, petróleo e gás natural, é a principal causa do aumento das concentrações de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. Esses gases de efeito estufa provocam o aquecimento da Terra e seus efeitos prejudiciais ao clima, de uma forma geral. Segundo conclusão de estudos, as emissões excessivas de CO2, resultantes das atividades humanas, estão levando a consequências graves, como o aumento das temperaturas, a elevação do nível do mar, a intensificação de eventos climáticos extremos e a acidificação dos oceanos. Esses fenômenos negativos geram condições que agridem a biodiversidade, os ecossistemas e o bem-estar das comunidades.
A política do carbono seria uma resposta fundamental para combater esses problemas ambientais. Dentro dessa política, criou-se um incentivo destinado à busca e aplicação de outros meios e tecnologias em lugar da queima de combustíveis fósseis, reduzindo-se, assim as emissões de gases prejudiciais. Esse incentivo é o chamado “crédito carbono”, uma espécie de bônus como o que o consumidor recebe, em algumas participações suas no mercado, e que nessa política em foco, se concede à empresa ou setor empresarial, que reduz ou elimina as emissões de carbono. O melhor e mais visível exemplo dessa redução é a adoção do veículo elétrico. A substituição do motor a explosão (movido a combustível fóssil) pelo motor elétrico vai eliminar, de vez, grande parte da poluição nos centros urbanos. Este caso é o que melhor demonstra as vantagens na redução das emissões do dióxido de carbono (CO2). O prograama é mais abrangente, pois, créditos são concedidos a outros projetos que adotam tecnologias limpas e ecológicas, como a energia renovável, a eficiência energética ou o reflorestamento. O sistema de créditos de carbono funciona de maneira semelhante às trocas comerciais. Quando uma empresa ou organização reduz suas emissões de CO2 em relação a um setor de suas atividades, ela recebe créditos de carbono. Esses créditos podem ser vendidos para outras entidades que precisam compensar suas próprias emissões excessivas. Dessa forma, os créditos de carbono estimulam a transição para práticas mais sustentáveis e incentivam a redução global de emissões.
Entretanto, há quem diga que o sistema de créditos pode ser uma faca de dois gumes, pois segundo defensores dessa tese, compradores de crédito podem se considerar “quitados”, ao fazerem a compensação e continuar na prática da emissão de gases. Este é apenas um dos aspectos negativos, pois sendo assunto novo, há inúmeros questionamentos entre os quais incluem-se preocupações com fraudes, ainda que se diga ser válida e fundamental a iniciativa do mercado de créditos de carbono. Muito há que pesquisar, estudar e discutir, enquanto ações se desenvolvem, até que se alcance o ideal em termos de equilíbrio entre atividades humanas e a natureza, em sua plenitude. O assunto é sério, compreendido e estudado por poucos, envolve interesses político-econômicos obscuros, mas a população. destinatária compulsória dos resultados, especialmente os negativos, está a ouvir zumbido de abelhas!