Por Nylton Gomes Batista
A humanidade está diante de uma era de mudanças surpreendentes. Se avanços tecnológicos, nos últimos vinte anos, pareciam coisa de ficção científica, os dos próximos vinte poderão impactar ainda mais
A comunicação será ainda mais fluida e imersiva. O conceito de “smartphone”, conhecido hoje, poderá se tornar obsoleto, substituído por interfaces neurais diretas e óculos de realidade aumentada tão leves e práticos como um par de óculos convencionais. O avanço das redes 6G e futuras gerações permitirá transferências de dados instantâneas, com zero latência, viabilizando experiências de comunicação que, hoje, parecem impossíveis. A inteligência artificial (IA) será onipresente na mediação de conversas, prevendo intenções e ajustando a comunicação de acordo com o contexto emocional. Serviços de tradução automática alcançarão uma precisão quase perfeita, dissolvendo barreiras linguísticas e transformando qualquer interação em um diálogo fluído entre culturas.
A condução autônoma poderá ser norma geral, e, o conceito do veículo privativo na garagem, o mais importante símbolo de status, de hoje, perderá relevância. Redes de veículos compartilhados e serviços de transporte sob demanda substituirão os automóveis pessoais, de forma a reduzir congestionamentos e minimizar impactos ambientais. Os primeiros carros voadores começarão a se tornar comercialmente viáveis. Além disso, o transporte subterrâneo de alta velocidade, impulsionado por levitação magnética, possibilitará viagens intercontinentais em questão de horas, remodelando a logística e o turismo. As viagens espaciais comerciais se tornarão comuns, com bases lunares e estações orbitais.
A tecnologia genética e a bioengenharia poderão redefinir o conceito de saúde. Exames rotineiros poderão prever doenças décadas antes de seus sintomas surgirem, permitindo intervenções personalizadas, antes que o quadro se agrave. A medicina regenerativa avançará a ponto de órgãos, impressos em 3D, se tornarem acessíveis. Com isso filas de transplantes serão eliminadas e a longevidade humana será prolongada. Nanorrobôs injetáveis serão comuns, no monitoramento constante da saúde e correção de pequenas irregularidades, antes que evoluam para estágios críticos. Além disso, a integração de IA na medicina permitirá diagnósticos instantâneos e tratamentos precisos, tornando internações hospitalares menos necessária.
Quanto ao sistema educacional, a ser profundamente transformado por IA e realidade aumentada, o ensino/aprendizado será adaptado ao perfil individual de cada aluno. Currículos rígidos serão eliminados, passando o conhecimento a ser adquirido de forma personalizada, eficiente e prazerosa. Professores humanos coexistirão com tutores virtuais, treinados e capazes de proporcionar experiências em aprendizado imersivas em contextos diversos. As universidades poderão atuar mais no ambiente digita, oferecendo diplomas baseados em competência, ao contrário de anos de estudos. O aprendizado contínuo será incentivado como padrão social; indivíduos requalificando-se, constantemente, ao longo da vida, para se manterem relevantes no mercado de trabalho, também em constante transformação.
A segurança ganhará mais eficiência mediante sistemas preditivos de crimes, baseados em análise de bancos de dados, a serem implementados em escala global, de forma a prevenir contra incidentes. A identificação biométrica avançada tornará obsoleta a necessidade de senhas e documentos físicos, com autenticações efetuadas, instantaneamente, por meio de sensores inteligentes integrados aos ambientes urbanos. Em contrapartida, haverá desafios éticos e riscos associados a um monitoramento generalizado. O equilíbrio entre privacidade e segurança só será obtido mediante debates exaustivos, pois sistemas de IA poderão prever comportamentos humanos com precisão surpreendente, levantando questionamentos sobre a autonomia individual. A cibersegurança será uma preocupação crescente, exigindo novas formas de proteção contra-ataques digitais, cada vez mais sofisticados. Contudo e por muito que impactem, as citadas mudanças tanta importância, no contexto, quanto o fim da intermediação, o fim do intermediário entre produtor, fabricante, criador e o consumidor final. Com isso, lojas de rua tendem a desaparecer; algumas profissões também. O fim da intermediação será também o fim dos partidos políticos, o que ensejará a valorização dos bons políticos, a responder diretamente ao povo!