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Vida nova sob IA – III e último

Nylton Gomes Batista
As dez profissões, apresentadas no texto anterior, são apenas algumas das muitas que ainda podem surgir, em primeira linha, da Inteligência Artificial; e cada uma delas poderá gerar outro tanto. Entretanto, para que essa expansão se processe e tudo funcione a contento, há que haver pessoal especializado disponível; e, é aqui que a porca torce o rabo, pelo menos, no Brasil! O trabalhador brasileiro está entre os de menor nível de especialização. O nível de profissionalização indica o grau de competência, habilidade e experiência que um profissional possui em sua área de atuação e, quanto a isso, o Brasil está longe de figurar entre os melhores.
Até que se formam bons profissionais, mas a maioria deles bate asas e salta a grande poça d’água! O Brasil ainda enfrenta desafios, como a necessidade de melhorar a qualidade da educação e a formação dos jovens. Com o surgimento da Inteligência Artificial (IA), a profissionalização enfrenta novos desafios e oportunidades ficam, por algum tempo, à espera de quem as aproveite, pois falta capacitação. Ao invés disso, de se capacitar, perde-se tempo com a antiga discussão, talvez, desde a invenção da enxada, de como e quando a máquina dominará Homem. Boa parte das empresas já implementou a IA em seus negócios, acelerando investimentos e implantação dessa tecnologia nos últimos anos, ou seja, desde que ela surgiu aos olhos do público, mas, ao invés de se preparar, há quem, ainda que sem condições para julgar, prefira condenar; mas, aqui há também algumas pretensas espertezas! Certo setor dominante, mais cedo ou mais tarde, deve cair sob ação da IA! Daí…
Entre as novas profissões, surgidas à frente da IA, figura o designer de prompts para, cuidar da interação entre humanos e tecnologia, criando prompts e diálogos para chatbots e assistentes virtuais, como garantia de uma experiência amigável e eficiente para os usuários. Para quem ainda não sabe, “prompts” são espécie de comandos, que usuários também devem saber formular, para que se obtenha o melhor do esperado, na interação com a IA. Sem isso, o usuário pode acabar frustrado e descarregar sua frustração na “incapacidade da IA” dizendo que ela errou, o que nos devolve ao surgimento do computador, quando diante de possível erro da máquina, alguém mais experiente dizia: computador não erra, quem erra é o Homem. No caso da IA, o erro ainda pode existir, porém grande parte deles provém da questão mal colocada pelo usuário; e, aqui cabe uma advertência sobre o mau uso do idioma e redação não inteligível, coisa muito comum, mostrada em concursos públicos, vestibulares e ENEMs da vida. Na interação humana com a IA, é importantíssimo que o usuário saiba se expressar, de forma a ser compreendido pelo sistema tecnológico, pois, ao contrário do interlocutor humano, que interpreta e quase advinha o que o outro deseja, por meio da fala estropiada ou do texto mal redigido, a IA não raciocina e nem imagina, embora muitos pensem que sim! Já são muitos os relatos de usuários, que criticaram o ChatGPT e, no entanto, ao terem seus resultados analisados por quem domina o assunto, constataram-se falhas de origem da comunicação.
Não há como fugir da realidade em que atua a IA. Se o usuário faz pergunta cretina, pode obter resposta de igual valor, cretina! Pode acontecer de se dar um diálogo semelhante ao do “Pantaleão” e o “Pedro Bó”, personagens caricatos do saudoso Chico Anísio!
Viciados em abreviações de palavras (redes sociais), detentores de vocabulário curto e usuários de palavras, fora do contexto, ainda que com significado real, são alguns dos que têm dificuldades na obtenção de bons resultados em interações com o ChatGPT. Embora criado com base no Inglês, o ChatGPT está preparado para atender no idioma pátrio oficial, mas, não no “gambiarrês” do usuário!
Pois é; dizem que enquanto houver cavalo, São Jorge não anda a pé! Não é que já há quem ganhe dinheiro em cima dessa fragilidade? Depois de constatada, criadores de prompts surgiram de todos os lados. São parte daquele grupo de pessoas talentosas e inventivas, fuçadores de internet, aventureiros do bem, sempre prontos para aproveitar brechas e oportunidades. Ainda não se sabe, mas parece que surge a primeira atividade paralela, por enquanto não reconhecida, mas que pode se consolidar, a depender do mercado e do nível de conhecimento dos usuários de IA.

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