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Ponto de Vista do Batista
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Só esclarecer, nada a alterar!

Por Nylton Gomes Batista
Não é de hoje, porém de há bastante tempo, o desejo de abordar o assunto, a ser focalizado no momento; era sempre protelado, por saber ser ele um tanto melindroso, não em sua essência, mas, sim, a partir da compreensão por parte de cada um. Mas, e daí? Em não se tratando de vida ou morte ou dos interesses humanos mais valiosos, o fato de um ou outro se sentir invadido em questões de foro íntimo, embora o assunto não o seja, concluo que não há motivo para não expor meu pensamento. Apenas exponho o que penso e cada um faz sua análise, não ficando ninguém obrigado a aceitar o exposto. Já me basta a censura sobre o tema que abordava até o fim do ano passado. Portanto, o que hesitei fazer, por algum tempo, faço agora sem medo do julgamento a que arrisco. Sei que o assunto poderá levantar muita poeira, mas vamos lá! Conforme já dito em outras ocasiões, sou o que sou e não escrevo para agradar a ninguém.
A qualquer momento, nos lugares e objetos mais diversos, deparamo-nos com a expressão “DEUS É FIEL”. É em página da internet, é em página de revista e de jornal, é em livro, é em para-brisa de veículo, é em para-choque de caminhão, é em fachada de prédio. Está impressa em outros variados objetos: DEUS É FIEL. Não sei quem a cunhou, ou como, quando e onde surgiu, porém, depreende-se dela própria a real intenção de situar Deus, como de fato Ele é, o bem supremo. Percebe-se ter sido criada como e para enaltecimento Daquele, do qual provém e depende a vida, incutindo-nos o sentimento de confiança a ser depositado n’Ele.
Mas, o que é fidelidade, o que é ser fiel? Em consulta a dicionários, destacam-se duas acepções: “1- característica, atributo do que é fiel, do que demonstra zelo, respeito quase venerável por alguém ou algo; lealdade; 2- constâncias nos compromissos assumidos com outrem”. Eu diria que fidelidade ou ser fiel é atitude de lealdade para com outros, minimamente, na mesma linha hierárquica, mas, sobretudo, para com os situados acima. Fidelidade é atributo puramente humano, desejável e posto em prática por todo indivíduo, em marcha evolutiva, sob todos os sentidos. Em princípio, como se vê, a fidelidade é devida de baixo para cima. Assim sendo e como Deus é acima de tudo e de todos, não há a quem Ele ser fiel! Ele, sim, é o único credor da fidelidade universal, pois Ele é a fonte de tudo.
A essa altura, já vejo e ouço alguns a se perguntar: – mas, quem é esse cara para discutir assuntos de religião? – é aí que está o “xis” da questão – respondo. Deus não é propriedade de nenhuma religião, como também não constitui tema ou assunto exclusivo de ninguém. Deus é assunto universal… até mesmo de quem diz, n’Ele, não crer! Aqui, é bom lembrar que, segundo o Gênesis, o Homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, o que equivale dizer que a espécie humana é dotada de dons e sentimentos, entre os quais a inteligência e o amor, respectivamente, em grau superior aos demais seres conhecidos. Deus cria a partir de Si próprio, e, o Homem, mediante a inteligência de que é dotado, “cria” ou transforma a partir do já existente! Está aí algo da semelhança, ainda que longínqua, do Homem em relação a Deus! Que não nos esqueçamos do pensamento, primeiro estágio da criação humana, onde nossos projetos tomam forma para, em seguida serem analisados e executados. O pensamento é o germe da “criação” humana, reflexo do pensamento divino. Entretanto, em alguns momentos, a espécie humana escorrega em seu. próprio orgulho e parece inverter a situação, como se possível fosse Deus semelhante ao Homem! Não seria a expressão “Deus é fiel” um desses “momentos”?
E agora? A coisa é grave? – Poderão estar a perguntar – Não, gente, apenas é inadequada a expressão. Sabe-se que ela não foi criada e não é usada com outro propósito, senão glorificar a Deus; e todos sabem que o que vale é a intenção! O Homem, por muito que avance em conhecimento, nunca chegará a uma definição perfeita de Deus; nunca chegará a qualificá-LO adequadamente; por isso tudo que se diga d’Ele é e continuará sendo insuficiente. Por isso, também, “Deus é fiel” continuará sendo gravada com as mesmas intenções, e, a relação humana se manterá inalterada com Ele, o Inalterável, porque DEUS É O QUE É, e ponto final!

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