Como se pode ver, a DEMOCRACIA ABERTA mudará completamente a maneira de se fazer política, dando ao eleitor o poder de monitorar o agente político, usando a mesma arma com que o elege: o voto. Dessa forma, o eleitor/povo estará, de fato, com o poder nas mãos, saindo a democracia da teoria, das meras palavras escritas e repetidas em discursos, como tem sido até o momento, para ganhar o status grandioso, sempre negado ao povo pelos partidos. O político que, até aqui, dá obediência ao partido que a tudo controla, obtendo deste até cobertura para eventuais falcatruas, prestará contas diretamente ao eleitorado. Na avaliação periódica, o agente político, que alcançar determinado número de votos contrários, terá seu mandato encerrado, sendo substituído no cargo pelo vice (nos cargos executivos) e pelo suplente (nos cargos legislativos).
Por não ser obrigado a ser eleitor e nem ser obrigado a votar, espera-se que o cidadão optante pela condição de eleitor estará, plenamente, consciente de sua responsabilidade. Ao votar em alguém, ele não mais estará a se desvencilhar de um peso colocado pelo sistema às suas costas, mas procurando, segundo avaliação própria, apontar o melhor caminho por onde deverá trilhar a administração pública. Espera-se que da parte do agente político também haja mais seriedade; ele deverá ser mais idealista e menos aventureiro, uma vez que não mais terá o guarda-chuva protetor do partido político, mas estará vinculado ao eleitorado, do qual receberá o prêmio ou condenação, conforme for sua atuação no exercício do cargo. Por outro lado, não tendo o partido a lhe ditar a vida política, sua consciência poderá falar mais alto sobre as mais altas virtudes da política, e, ouvindo-a, possa ele dedicar-se, verdadeiramente, à causa do serviço público, seja este no âmbito do município, do estado ou do país.
O fato de em DEMOCRACIA ABERTA não haver partido político poderia levar os parlamentares a se voltar para as bancadas setoriais, que viraram moda no Congresso Nacional, o que redundaria na manutenção de grupos com os mesmos defeitos dos partidos. Em linguagem crítica popular, seria o mesmo que trocar seis por meia dúzia! Para impedir essas formações, o candidato, ao registrar a candidatura como parlamentar, poderia optar (só naquele momento) por representar determinado setor. Entretanto, para cada setor seria estabelecido um máximo de três por cento (por exemplo) do total da casa parlamentar, evitando assim a formação de grandes grupos, que poderiam levar à hegemonia ou quebra do equilíbrio de forças no parlamento. Assim não mais haveria bancadas como a religiosa, ruralista, das empreiteiras, da saúde, dos direitos humanos, ou quaisquer outras. O que se quer é um avanço harmonioso na consecução de um desenvolvimento com a mesma qualidade, sem sobreposição de interesses minoritários sobre os da grande maioria. A democracia pressupõe equilíbrio de forças e participação do maior número possível de pessoas, nos debates que se abrem em torno de aspirações, interesses e carências da coletividade.
Em assim sendo, a formação e manutenção de grupos, de qualquer natureza, na discussão política, só servem para acirrar os ânimos e dificultar a solução. Por meio de controle, a partir do registro das candidaturas, as muitas tendências da sociedade deverão ser diluídas no Congresso Nacional. Sabe-se, desde já que contra a DEMOCRACIA ABERTA, democracia sem partidos, levantam-se vozes truculentas a denunciar o perigo do autoritarismo, pois não haveria oposição. Haverá oposição, sim; não oposição pré-fixada, birrenta, contra tudo e contra todos só porque é o outro lado que está no governo. Haverá a oposição pontual, não em relação ao executivo, mas às propostas e projetos em discussão; e essa oposição poderá envolver também o eleitorado, por meio dos recursos tecnológicos disponíveis, tornando o debate muito mais saudável e construtivo. Essa seria a oposição mais sensata, não contra o executivo, contra pessoas ou grupos delas, porém contra propostas e projetos, pois está claro que nem tudo agrada a todos; algumas podem agradar a quase todos; outras nem tanto; mais outras chegam a desagradar a grande maioria. A unanimidade é rara e, às vezes, dizem ser burra! No extremo oposto da questão, sabe-se que, em princípio, a Lei é sempre contra a criminalidade, nunca contra pessoas. Assim também deve ser a oposição política, nunca contra pessoas!
PARTIDOS POLÍTICOS JÁ FIZERAM MAL DEMAIS À HUMANIDADE!