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Ponto de Vista do Batista
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Raiva

Nylton Gomes Batista

O mais perigoso sentimento humano pode ser comparado a um vulcão, presente no interior de todos, porém, não em todos se manifesta e, nas pessoas em que se expressa, o faz de formas diversas. A raiva é esse vulcão.

A raiva é uma emoção comum e latente em todos os seres humanos; latente porque está presente, mas se manifesta apenas quando provocada, e, em algumas pessoas está tão camuflada que, às demais, tal pessoa parece não a ter. A raiva surge como resposta natural a situações de ameaça, traição, frustração ou dor. É uma espécie de alarme interno que diz ao indivíduo: “Algo está errado. Reaja.” O grande problema é que a raiva não vem com manual de instruções. Ela é intensa, rápida, muitas vezes irracional. Quando não se sabe lidar com ela, da calmaria se passa a violenta tempestade, que a tudo destrói. Há quem diga não ser ela, boa ou má. Discordo. A raiva nunca é boa; pelo menos a quem a tem! Em alguns casos, ela pode ser indutora positiva, levando o indivíduo a alguma atitude com vistas à solução do problema em foco, mas algum arranhão ela já deixou. A raiva se manifesta de formas diferentes, a depender da personalidade, do contexto, das circunstâncias e da história de vida de cada pessoa.

A explosiva vem como um furacão dos mais ferozes. A pessoa grita, quebra e lança coisas, agride verbal ou fisicamente, podendo, em ato extremo, tirar a vida do oponente. Ela não passa pelo filtro da razão. Ela pode deixar rastros e sequelas sob a forma de mais raiva com potencial para gerar mais violência no futuro. A raiva silenciosa, a pessoa a sente, mas não expressa. Engole o sentimento, finge estar tudo bem, mas a ponto de explodir; o que pode ocorrer com seu coração, se assim persistir. Com o tempo, essa raiva se torna crônica e pode levar à depressão e outros danos à saúde física e mental. Em outro tipo de raiva, passiva-agressiva, a pessoa não confronta, diretamente, mas sabota, ironiza, manipula, faz tudo ao seu alcance para prejudicar a pessoa, alvo de sua raiva. Mediante análise, ainda que superficial, conclui-se que a raiva passiva-agressiva pode ter origem no sentimento de inveja. Sob o manto da hipocrisia, muitas vezes a fingir-se de amigo(a), o agente da raiva tenta ou destrói a reputação do

Tudo, que o ser humano faz, tem origem no pensamento. A raiva, sendo latente, ou seja, existente, mas oculta, não tem origem no pensamento, porém é alimentada por pensamentos negativos, contra os quais a pessoa deve estar prevenida. Policiar os pensamentos é o melhor caminho para evitar a raiva mais corrosiva.

Se há pessoas com raiva violenta, destruidora, bem como outras com raiva passiva-agressiva, alimentada pela inveja e oculta sob o manto de amizade fingida, consideradas as mais perigosas para terceiros, há também muitas pessoas, que só têm a raiva momentânea, após o que tudo volta ao normal, sem quaisquer resquícios. Tais pessoas, muitas vezes, consideradas mal-humoradas, por serem de pouco riso, são as verdadeiras amigas, pois não alimentam intenções negativas contra ninguém, incluindo-se pessoas inimigas. Tais pessoas não negam ajuda humanitária ou testemunho por justiça, nem aos inimigos! Eu denominaria tais pessoas “amigas tipo universal”! Ao contrário, muito riso, tapinhas nas costas, beijos e abraços podem ser disfarce para intenções traiçoeiras; “canjicas” sempre à mostra podem significar prontidão para uma “boa” mordida! O(A) suposto(a) amigo(a), corroído(a) pela inveja, nutre uma raiva passiva-agressiva contra sua vítima, mas a bajula, descaradamente, sem que seu alvo tenha a mínima noção do que está por trás daquela atitude. A qualquer momento pode levar uma rasteira, sem que tenha ideia do motivo, que levou a suposta amizade a fazer o que fez. Inveja e raiva passiva-agressiva são parceiras na destruição de reputações!

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