As eleições brasileiras, em curso até que se realize o segundo turno, conforme ficou decidido no primeiro, demonstram com mais clareza o jogo manipulatório, proporcionado pelo sistema político-partidário. Tretas e mutretas são próprios dos partidos, em sua ânsia de conquista do poder, não lhes importando o destino do povo, que dizem representado pelos políticos nos parlamentos, mas, sim, o disfarce, bem engendrado, que não deixe o povo perceber estar sendo enganado, como tem sido, há tempos. Entretanto, a corrida ao poder pelo poder, por parte daqueles que o têm como objetivo de domínio sobre o todo, mudou de tática. Explica-se agora, em momento de desespero, a razão do grande número de partidos, aparentemente rivais entre si, porém parceiros na corrida ao principal. O povo sempre foi enganado pelo sistema, porém a sutileza antes empregada foi mandada às favas ante às muitas possibilidades de ter o butim.
A tática, antes concentrada nas armas, mudou e varia da manipulação e controle do que se pensa, em uns, à corrupção e cobiça em outros; estes, mais facilmente seduzidos pelo dinheiro fácil e sem escrúpulos. Veja-se que, aparentemente, a corrupção foi vencida; sim, aparentemente, porque se lhe cortaram os efeitos, porém sobre a causa o veneno teve apenas efeito suspensivo. Retraído, sim, porém, vivo está o tumor!
Tudo leva a crer que a mudança de tática teve início com a Perestroika e Glasnost, meios pelos quais a URSS deixou de existir como império vermelho. Entretanto, o desmoronamento da URSS, se para o ocidente foi a queda do regime, para eles foi arrefecimento e uma pausa, tudo coroado com a queda do Muro de Berlim, uma farsa, grande cena teatral, que sensibilizou e comoveu o mundo, incluindo-se este autor. Ao longo dos anos a seguir, mostrou a que, realmente, veio para o resto mundo: confundir, dividir, corromper, empobrecer, desmoralizar. Quase ao mesmo tempo, ao lado de onde tudo teve início, o dragão vermelho também passa a se abrir, economicamente, ao mundo incauto e embevecido com oportunidades econômicas que, na verdade, são parte de uma armadilha. Da guerra fria, periodicamente ameaçada de se esquentar com ataque nuclear, e das sublevações armadas aqui e ali, o ocidente passa a ser corroído de dentro para fora, a partir do pensamento, da cultura, dos valores morais, enquanto negócios ilícitos e corrupção desgastam a economia, criando a condição ideal para o bote final. Na verdade, o urso vermelho não morreu; apenas hiberna! Quem vela seu sono, desde o início, não é substituído.
O processo eleitoral em curso até que poderia ser o início da reformulação do sistema político e, consequentemente, a instauração da DEMOCRACIA ABERTA, mas o que se tem é o risco do retorno ao regime da CLEPTOCRACIA aliada à tirania a partir de algures, lá fora. Em todo o mundo, há necessidade que se saiba que os totalitários se valem da chamada “democracia” (na verdade, ditadura de vários partidos, incluindo-se os de oposição), para impor seu domínio. Como o povo está de fora do sistema, embora teoricamente, ele exerça o poder dentro da democracia, os totalitários minam o sistema, de alguma forma, corrupção e o roubo deslavado, por exemplo. Daí para a tomada do poder é questão de oportunidade, especialmente se apoiados numa estrutura institucional.
Que venha o segundo turno e se decida o rumo a tomar. Contudo, independentemente do resultado das urnas, o povo deve voltar às ruas. A mobilização nas ruas deve continuar tendo como meta a convocação de constituinte, à parte do Congresso Nacional, para elaborar nova constituição, na qual fique definida a abolição de todos os partidos políticos e instauração da democracia aberta. Já se viu que o sistema em vigor já deu o que tinha que dar; e não tem sido bom! Partidos políticos e, consequentemente, ideologias têm como objetivo o domínio sobre a população, retirando-lhe todos os direitos, que lhe cabem dentro da verdadeira democracia; é a predominância da vontade de um grupo sobre todo o país. Não aglutinadas em grupos ou partidos, todas as tendências político-ideológicas estariam diluídas na sociedade, que poderia evoluir, naturalmente, passo a passo, sem os entrechoques de grupos pretendentes ao domínio do todo, ou seja, do país.
PARTIDOS POLÍTICOS JÁ FIZERAM MAL DEMAIS À HUMANIDADE!