Toda e qualquer novidade provoca discussões, polêmicas, dividindo opiniões, algumas com boa base de bom senso e outras, nem tanto. Não poderia ser diferente com relação à inteligência artificial, mesmo porque é fruto de trabalho profundo e, com mais razão, por se tratar de forte concorrente ao que o ser humano tem de mais precioso neste plano: a sua própria inteligência.
Talvez aí esteja, no fator concorrência, a desconfiança de parcela humana quanto à evolução da IA, se poderia ou não se igualar à inteligência natural ou, ainda, superá-la. Concorrência é algo a apontar para a possibilidade de perda de posto, de posição, de poder; e, é disso que ninguém gosta, que ninguém quer! Mas, como já disse, esse perigo não existe, pelo menos para os que não têm cabeça como campo de cultivo de cabelos e de criação de piolhos. O perigo está no seu uso, que pode ser para o bem ou para o mal. Conclui-se que as atenções preventivas devem se voltar para a opção, para o tipo de escolha, ou seja, para o fim ao qual se quiser empregada a inteligência artificial. Em resumo, as atenções deverão se concentrar, como sempre, no próprio ser humano!
Mas, como pessoas se deixam influenciar por terceiros, só porque estas se destacam ou têm alguma notoriedade! A muitas delas bastou a carta com cerca de mil e cem assinaturas de personalidades, pedindo aos laboratórios a suspensão temporária dos testes e experiências, para assumirem posição contrária à IA. Isso é típico de quem não pensa com a própria cabeça! Talvez, porque consta na carta este tópico: “Devemos desenvolver mentes não-humanas que possam eventualmente superar em número, superar, obsoletas e nos substituir?”. Isso não quer dizer que seja o verdadeiro motivo; e, se fosse, não poderiam estar errados? Todos podemos errar e erramos! Na verdade, e pelo que se depreende da entrevista de uma dessas personalidades, a preocupação tem relação com possível mau uso, especialmente, por parte maus governos! É a mesma coisa já dita aqui: o mau uso!
Como reflexos da mente divina, neste plano, imaginação e inteligência natural são insuperáveis, nada lhe igualando no poder de criação, ainda que o nível de perfeição possa surpreender e o processo de criação pela máquina consuma muito menos tempo. Antever a IA no domínio da espécie humana é raciocinar pelo viés materialista e, mesmo assim, sem considerar que o Homem só utiliza dez por cento de sua capacidade cerebral, de acordo com a própria ciência. Quanto à inteligência artificial, esta é fruto do pensamento, imaginação e inteligência humanas. Desses valores continuará a se alimentar, formando assim rico e inesgotável banco de conhecimento e habilidades, em todas as áreas, ao qual seres humanos poderão recorrer, no processo de desenvolvimento de novas ideias. Está bem clara a necessidade de adaptação à nova realidade, ficando para trás, a comer poeira do tempo, os que não embarcarem no trem das mudanças. Quanto a isso, não é a primeira, pois a humanidade a faz desde o início, e não é a última, pois haverá que fazê-la enquanto prosseguir na evolução!
Bem, enquanto isso, na base da pirâmide, continua a agitação em torno do que a IA poderá substituir. Depois dos produtores de textos, que muitos vêm ameaçados de perder espaço no mercado de trabalho, agora são apontados os músicos compositores, até cantores em geral, como presumíveis vítimas da inteligência artificial. Andei a corujar algumas plataformas, ditas de produção musical, e não ouvi nada a afrontar um bom compositor, se bem que tenha ficado em apenas algumas de produção aleatória, isto é, sem qualquer intervenção humana. Sabe-se haver plataformas, que contam com participação humana o que pode melhorar, em muito, o que faz as primeiras. Contudo, por muito que faça a inteligência artificial, repito, ela nunca se igualará a um verdadeiro talento humano, na arte musical ou qualquer outra; e não precisa ser no nível de um Beethoven, Tchaikovsky ou Bach. Bastaria imitar um bom compositor popular brasileiro! Por outro lado, se tomam como referência esse tipo de “musiquinha” a rolar por aí, também a inteligência artificial não faz melhor. Portanto, ainda teremos que suportar, por algum tempo, a mediocridade musical reinante, um tipo que eu denomino “música horizontal” ou “música deitada”. Observe-se que tal tipo de melodia é composta de poucas notas, próximas entre si numa oitava e repetidas, do princípio ao fim; registradas em pauta, não saem ou pouco saem do pentagrama. São melodias monótonas, cansativas e irritantes. Infelizmente e por enquanto, a inteligência artificial não faz música melhor!