Por Nylton Gomes Batista
De acordo com expressão, possivelmente, cunhada por destacado youtuber, que a utiliza frequentemente, o mundo atual não gira, capota! E parece ser assim mesmo. Na área da tecnologia, onde a velocidade está em ascendência, de repente, tudo se vira e a gente se vê, como de pernas proar, olhos esbugalhados e a balbuciar, tremulamente: ondé qu’otô?
Ainda outro dia mesmo, março deste ano, estávamos a tecer comentários sobre possíveis consequências advindas da inteligência artificial, tentando, ao mesmo tempo, esclarecer alguns pontos sobre o que pode, ou não, a IA fazer. Saída, recentemente, dos laboratórios das big tchs e destacados profissionais do ramo, a inteligência artificial estava a pôr o andar de baixo em polvorosa, medo de perda do emprego, falência de profissões, de empresas e, por fim, o domínio da máquina sobre o ser humano. Alguns mais lúcidos eram tomados pela euforia, vendo na novidade uma oportunidade de desenvolvimento de ideias, de expansão de negócios, de evolução em conhecimento, mas a grande maioria estava a lamentar, como sempre faz aquele que segue a manada e não pensa por si próprio, mas, antes, ouve os arautos do apocalipse!
Na oportunidade daqueles textos, em março, opinei que o bom profissional não seria prejudicado, podendo mesmo fazer uso da inteligência artificial como atenuante aos esforços no trabalho, mas sem que tenha seu talento e habilidades superados pela IA. Ao contrário, o profissional medíocre que se cuidasse. Quanto à produção de textos, por exemplo, havia gente a anunciar que bastava apresentar um tema e a IA produzia o artigo desejado. Não é bem assim e não dá para copiar o texto produzido e dá-lo como pronto. De qualquer forma, não se prescinde da capacitação profissional, ao qual cabem os ajustes a serem feitos antes do toque final e publicação. Que não se enganem, pois, por muito que se desenvolva a IA, nem no futuro, ela conseguirá se igualar a um verdadeiro profissional da escrita. Assim sendo, não há por que tanto se entusiasmar, pensando que a IA escreve tudo que se quer, como também não há por que se desesperar, porque ela nunca substituirá o bom profissional da área.
Pois é; depois de todo o bafafá, sob risos, de um lado, e ranger de dentes, de outro, outras vozes se levantam, para dizer que a inteligência artificial pode tornar o profissional pior naquilo que ele é bom. Veja-se que, em outras palavras, é o mesmo por mim afirmado, desde o início, quando disse que textos produzidos por IA eram “água com açúcar”. Não há por que tudo confiar e esperar que a IA nos satisfaça pois, na minha opinião, ela não é inteligência, porém uma habilidade, devidamente programada para selecionar e colher informações, dentro de um banco de memórias humano, de acordo com pedidos, que lhe são feitos. Assim sendo, o que não está registrado no “banco” não pode ser aplicado pela IA. Curiosamente, segundo notícia veiculada na internet e mesma semana, cientistas advertem que escasseiam dados para alimentar a inteligência artificial. Essa informação joga por terra a suspeita teoria de que a IA poderia suplantar a inteligência natural e, em consequência, dominar a espécie humana! Concluindo, transcrevo, a seguir, trecho de artigo anterior:
“Como reflexos da mente divina, neste plano, imaginação e inteligência natural são insuperáveis, nada lhe igualando no poder de criação, ainda que o nível de perfeição possa surpreender e o processo de criação pela máquina consuma muito menos tempo. Antever a IA no domínio da espécie humana é raciocinar pelo viés materialista e, mesmo assim, sem considerar que o Homem só utiliza dez por cento de sua capacidade cerebral, de acordo com a própria ciência. Quanto à inteligência artificial, esta é fruto do pensamento, imaginação e inteligência humanas. Desses valores continuará a se alimentar, formando assim rico e inesgotável banco de conhecimento e habilidades, em todas as áreas, ao qual seres humano poderão recorrer, no processo de desenvolvimento de novas ideias. Está bem clara a necessidade de adaptação à nova realidade, ficando para trás, a comer poeira do tempo, os que não embarcarem no trem das mudanças. Quanto a isso, não é a primeira, pois a humanidade a faz desde o início, e não é a última, pois haverá que fazê-la enquanto prosseguir na evolução!”.