O país dos tupiniquins é grande, um gigante, que continua bobo, deitado eternamente, parece que embriagado, não se sabe se pelos eflúvios da mania de grandeza, pela irresponsabilidade dos que o governam ou pelas duas situações combinadas. O fato é que tenta se levantar e avançar em direção ao futuro, sempre prometido e sempre procrastinado, por conveniências de uns e outros. Por isso, por estar amarrado aos interesses de grupos, continua uma republiqueta, uma república de bananas, neste caso não a fruta, mas todos nós dependentes deste sistema político-partidário.
Nas eleições do ano passado, depois de uma campanha marcada pela virulência, comum nessas ocasiões, porém exacerbada naquelas, o eleitorado escolheu o candidato que prometia dar rumo diferente ao país, em atendimento aos reclamos que chegaram às ruas, provindos de todos os setores da sociedade. O clima radical, entre as duas correntes predominantes entre candidaturas diversas, chegou a um atentado a faca (coisa primitiva, própria de republiqueta), que quase tirou a vida do candidato oposicionista, futuro vencedor na disputa pela presidência da República. Fruto de um complô engendrado pelos que tentavam manter o status quo, ou da paranoia de um débil mental, conforme se insinuou, a tentativa de assassinato pode ter ajudado a alçar o candidato à cadeira presidencial, a partir dos braços dos seus seguidores, de onde quiseram derrubá-lo.
Entretanto, o partido que o acolheu não estava preparado para a façanha. De nanico, saltou para as primeiras colocações, carregado de todos os vícios inerentes ao sistema mais a instabilidade de uma agremiação desconhecida do grande público. Assim, do desconhecido, viu-se, de repente, com a responsabilidade de sustentar, politicamente, um governo sob a mira de uma oposição experiente nas manhas, antes de assumir e se situar como dominante por anos seguidos. A descoberta de que teria se valido de candidaturas fraudulentas nas mesmas eleições, para manipulação do fundo partidário, abriu, desde então, um clima de constrangimento no lado do governo e de desequilíbrio no partido, tudo alimentado por muito diz-que-me-diz e factoides. Enquanto isso ocorre no partido meio governista, a família presidencial se perde, confunde-se e confunde a nação com muita fala inadequada e em momentos impróprios, uma incontinência verborrágica, que não fica bem para ninguém, muito menos para uma pessoa na condição de estadista. Na fala, outros pecaram por ignorância, mas este peca por incontinência!
O país se ressente com tanta briga desnecessária, em detrimento do muito que é preciso ser feito para se colocar em condições de atender as reais necessidades da população. E por parte do povo, nada há que possa ser feito em sentido contrário. Não há porque, ao contrário de “o povo no poder” ou “regime em que o poder é exercido pelo povo”, conforme expresso pelo conceito de democracia, no sistema político-partidário vigente, o poder é exercido, de fato, pelos partidos políticos. O povo apenas assiste ao jogo do poder. A democracia instalada é, portanto, uma farsa!
Para haver democracia, de fato, é preciso não haver partido político. Partidos políticos existem para abrigar, proteger grupos com pretensões ao domínio do todo, bem como, para dividir o povo. Os partidos dividem o povo, implantam a animosidade e insuflam o atrito entre os grupos deles derivados, com o objetivo alcançar o poder que buscam. Resumindo, os partidos políticos não defendem o povo, mas o usam na consecução dos seus propósitos. O povo, por sua vez, é uno em necessidades na busca do bem-estar comum, pensa de variadas formas e assim deveria ser respeitado pelos governos que, por sua vez, não deveriam ser eleitos por grupos e para eles governar.
Com a supressão dos partidos, eliminar-se-ia o jogo da predominância de grupos, diluir-se-iam pensamentos e ideias em toda a coletividade, proporcionando a cada cidadão a expressão de sua própria vontade e não mais de determinado grupo. Seria a democracia aberta, a verdadeira, na qual os candidatos seriam escolhidos pelo próprio eleitorado, e, os eleitos e empossados teriam os respectivos mandatos monitorados pelos eleitores com o poder de destituí-los, quando a atuação política não correspondesse às expectativas do cargo. Novas tecnologias estão aí e deveriam ser utilizadas em prol da democracia, da governabilidade e do bem-estar geral. A internet então bem aproveitada, fazendo a ligação entre o eleitorado e os agentes políticos, poderia deixar de ser mero veículo de disseminação da discórdia. PARTIDOS POLÍTICOS JÁ FIZERAM MAL DEMAIS À HUMANIDADE!