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Ponto de Vista do Batista
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Hora da democracia aberta

Por Nylton Gomes Batista
Quem pensa diferente do que aí está, cada vez mais se convence de que partidos devem ser varridos, de uma vez por todas, do mapa político. Se a coisa era ruim, há dez ou vinte anos, quando a corrupção organizada sangrava o país, pior tem ficado sob a abstinência da roubalheira, embora com a vantagem de mostrar a verdadeira cara dos que falam em democracia, mas se valem da mesma para destruir o pouco que dela existe. 
Somente assim mais cidadãos podem perceber o quanto a nação tem sido enganada, ao ouvir o exaustivo discurso da liberdade de expressão, imprensa livre, direito de ir e vir, como fundamentos da democracia quando, na verdade, são acessórios, pois o verdadeiro fundamento da democracia é o governo exercido pelo povo, por intermédio de seus representantes livremente eleitos. Acontece que o sistema atrela ditos representantes a partidos, aos quais respondem. Daí conclui-se que o poder não “emana do povo”, como enuncia a Constituição. Os partidos, sim, têm sido os “donos’ do poder. O povo é enganado sempre! A mentira é tão grande que, no grave momento vivido pelo país, pessoas têm sido impedidas do exercício da palavra, têm tido bloqueada sua renda de trabalho em redes sociais e algumas já foram presas pelo mesmo motivo, incluindo-se representante do povo. Se o governo estivesse, de fato, nas mãos do povo, isso não estaria a acontecer. No sistema vigente, o governo é exercido por partidos políticos, que açambarcam o que cabe ao povo; simplesmente isso! 
Para termos uma democracia, de fato, primeiramente há que considerar que nação é um corpo vivo, coletivo, e, como tal, deve ser governada de forma equânime, ou seja, igualdade em qualquer circunstância, tranquilidade, moderação, imparcialidade ou neutralidade. Essa condição é necessária para que as ações de governo satisfaçam o maior número possível de indivíduos, o que não é viável quando há disputa entre grupos, em torno do que fazer ou não fazer.  A existência de qualquer grupo político numa sociedade quebra o princípio da unidade, garantida pela coesão, existente em todo o universo. Do microcosmo ao macrocosmo, em cada manifestação, observa-se o princípio da unidade mediante a coesão. No caso de nação, coesão está na aspiração do bem-estar e na busca pelo desenvolvimento, objetivos comuns a todos os indivíduos, mas isso é misturado com interesses estranhos, com necessidades artificiais, espertamente criadas, por intermédio de grupos políticos, os ditos partidos que, por sua vez representam outros grupos. 
Além da fragmentação e desvio das atenções, provocados na sociedade, nenhum sistema partidário pode ser democrático, porque partidos políticos são de natureza dominante, isolados ou coligados. Todos desejam impor o pensamento de um grupo, em detrimento da vontade do povo, que pode ser outra.  Por muito que se queira e se trabalhe para que seja o contrário, o verbo mais procurado por um partido é o verbo dominar e todo partido político traz em si o gene da dominação, ainda que de forma não escrita. Grupos políticos não se formam senão com esse objetivo. 
Dentro do princípio da unidade, observa-se, atualmente uma tendência de se eliminarem intermediários, colocando-se o indivíduo em posição de obter o desejado, dar solução a necessidades, obter e dar informação. Assim é que, a partir de casa, foge-se à burocracia na obtenção de documentos, trabalha-se, vende-se, compra-se e se desenvolvem inúmeras atividades, independentemente do concurso direto de terceiros. A grande mídia, centralizadora e manipuladora, está a perder espaço para o cidadão comum a operar câmera de celular e para profissional independente, não vinculado a grandes conglomerados econômicos. Acabou-se o furo de reportagem! Escritores não mais dependem das editoras para publicar suas obras; editam-nas por conta própria, e, sob demanda. Em todos os setores, o intermediário está a desaparecer! Também as lojas, gradativamente, darão lugar ao comércio direto entre consumidor e centros de produção, o que ensejará o retorno do vestir-se e se calçar sob medida, como no tempo dos alfaiates, costureiras/modistas e sapateiros. Por que, então, a política feita por meio de partidos? Quem vive e sabe de seus anseios e necessidades é o povo! Logo, cabe ao povo desenvolver a política junto aos que se colocam para representá-lo e administrar a coisa pública. É hora de adotar a DEMOCRACIA ABERTA, antes que, na base da maracutaia e à revelia do povo, seja instalado o pretendido semi-presidencialismo, forjado pelo “governo paralelo”! 
PARTIDOS POLÍTICOS JÁ FIZERAM MAL DEMAIS À HUMANIDADE!

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