Uma das palavras mais ditas e ouvidas, na mídia, no momento, é, sem dúvida, agronegócio. A todo momento, ouvem-se notícias, comentários, análises e avaliações sobre esse setor produtivo e parcela importante da economia. Entretanto, se pesquisado o que sabe o povo sobre o assunto, a grande maioria dirá que se trata dos grandes negócios em torno dos grãos produzidos, no país, a começar da soja, ao lado da produção de carne, leite e derivados, tendo como origem os grandes rebanhos bovinos. De fato, é isso, porém muito mais, não se esquecendo nem daquele quintal doméstico, onde se plantam pequenos canteiros de couve, alface, cebolinha, e, se criam algumas galinhas poedeiras em cercado, à parte.
Enfim, o agronegócio é toda uma cadeia produtiva e de comercialização de produtos alimentícios, também não alimentícios (o couro bovino, por exemplo), que podem chegar ao consumidor, na forma natural ou processada, o que implica em indústria específica para esse fim. Resumindo, o agronegócio é um setor estratégico da economia, que compreende conjunto de atividades ligadas à produção, processamento, distribuição e comercialização de alimentos, matérias-primas agrícolas e outros. O setor é responsável por grande parte do abastecimento alimentar mundial e tem papel fundamental, no desenvolvimento econômico e social de diversos países, entre estes, o Brasil. Em termos empresariais, o agronegócio é caracterizado pela produção em larga escala e pela utilização de tecnologias avançadas, que permitem aumentar a eficiência e a produtividade da produção agrícola. Essas tecnologias incluem o uso de maquinário e equipamentos modernos, a aplicação de técnicas de irrigação, o uso adequado de fertilizantes e defensivos agrícolas, bem como a implementação de práticas sustentáveis, que buscam a minimização dos impactos ambientais na atividade. Além do seu papel destacado na economia, também merece consideração a relevância do seu papel social como responsável pela geração de milhões de empregos, diretos e indiretos, em todo o mundo. Convém ainda lembrar que a atividade agrícola pode contribuir para a inclusão social de comunidades rurais, promovendo o desenvolvimento de pequenos produtores e agricultores familiares.
Contudo, o setor também enfrenta desafios significativos, entre os quais a necessidade da garantia da sustentabilidade ambiental da atividade e a redução dos impactos negativos na saúde dos trabalhadores e consumidores. Somem-se ainda a melhoria da segurança nutrício-alimentar e a inclusão social de comunidades rurais e pequenos produtores. Visto como grande atividade empresarial, o agronegócio é setor de grande importância para economia dos países, especialmente aqueles possuidores de grandes extensões territoriais e recursos naturais propícios à atividade agrícola. No Brasil, por exemplo, o setor representa cerca de 23% do PIB (Produto Interno Bruto) e é responsável por 40% das exportações do país. Num país, como o Brasil, o agronegócio como um todo muito além da atividade afim envolve outros setores e atividades, como o transporte, por exemplo. Imagine-se só a frota de caminhões a serviço do agro como geradora de outros pequenos negócios de suporte; são milhares de pequenos e empresários e trabalhadores, a ganhar o próprio sustento, de forma indireta, junto ao agronegócio.
Com relação à competividade entre o grande agro e o pequeno (agricultura familiar e produção de quintal), há quem demonize o agronegócio, com o qual os pequenos produtores não teriam condições de competir, mas não é bem assim. A agricultura familiar e o pequeno produtor de quintal doméstico podem competir com o grande agronegócio de várias maneiras. Embora o agronegócio seja dominante em termos de produção e recursos financeiros, a agricultura familiar e o pequeno produtor têm algumas vantagens a seu favor. Uma das principais vantagens da agricultura familiar e do pequeno produtor é a sua capacidade de produzir alimentos de qualidade superior. Muitos pequenos produtores utilizam métodos de produção sustentáveis, que reduzem o impacto ambiental e resultam em alimentos mais saudáveis e nutritivos. Além disso, a produção em pequena escala pode permitir maior atenção aos detalhes e a possibilidade de produzir alimentos orgânicos ou com certificações específicas de qualidade.