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Ponto de Vista do Batista
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Estamos todos no mesmo barco XXIII

O ano avança no segundo semestre e o novo coronavirus, chegado ao Brasil em março último, também avança, tendo contaminado quase três milhões de pessoas e levado à morte quase cem mil, em cinco meses. É uma dura experiência pela qual passa, não só Brasil, mas o mundo, em que pese todo o acumulado em tecnologia, ao longo dos últimos trinta anos, especialmente na medicina, ramo da ciência mais envolvido no combate no combate à pandemia.
O drama vivido pela humanidade dá muito que pensar, considerando que, enquanto hospitais se esgotam em sua capacidade de atendimento, a morte visita milhares de famílias e a economia se esboroa em todo o mundo, profissionais da ciência se desdobram em estudos, mas o novo coronavirus continua sendo uma incógnita. Muitas vacinas se desenvolvem com promessa e esperança de, pelo menos, frear o avanço da pandemia, mas não se sabe, com certeza, se o sucesso sorrirá às tentativas. Algumas das vacinas estão em estágios primários do processo, outro tanto se encontram em estágios intermediários e, três ou quatro, em testes finais e às vésperas de sua aplicação no público. Ter-se-á sorte, se não provocadas mutações no novo coronavirus a partir de alguma das vacinas em estudos; sim, porque se não plenamente conhecida sua natureza, nada garante que a causa de todo o transtorno mundial se desdobre em variantes.
De acordo com alguns estudos, já se sabe que, no Brasil, o novo coronavirus entrou com duas ou três caras diferentes. Talvez, por isso, a COVID-19 avance mais em algumas do que em outras regiões. Neste momento, é importante registrar o caso da África, o continente mais pobre e, no entanto, o menos impactado pela COVID-19. Por quê? Ainda não se sabe. Maior impacto nos países mais ricos (EUA e Europa) e menor nos mais pobres (África) lembra aquele dito popular: Deus dá o frio conforme a cobertura.
Embora em números absolutos o Brasil esteja em segundo lugar, proporcionalmente sua posição é oitavo, em número de mortes. Isso quer dizer que países com população menor tiveram mais mortes por milhão de habitantes Teoricamente, o número de mortes no Brasil era para ser maior, devido às condições precárias em que vive grande parte da população, em favelas ou municípios extremamente carentes de serviços de saneamento básico. Sabe-se que condições higiene e qualidade da alimentação são fatores extremamente importantes no controle de doenças infecciosas.  Afora isso, são muitos os casos de gestores públicos que, ao invés da prevenção na ponta, ou seja, investimentos na não entrada do novo coronavírus e não contaminação da população, em sua área, preferiram, primeiro, montar hospitais. Foi o mesmo que montar salões para a “festa” indesejada! Em qualquer situação de doença, que se pretende evitar, o melhor caminho é a prevenção; mas, no Brasil, isso não se aprende e não se aplica!
Muitos perguntam, quando a pandemia chegará ao fim. Infelizmente, não se sabe, mesmo com o início da vacinação, e, ainda que vacinas obtenham sucesso, a pandemia perderá força de disseminação, mas a COVID-19 poderá resistir ainda por algum tempo. Da Europa, as notícias não são nada boas. Países, onde a doença foi combatida com extremo rigor, chegando seus cidadãos a ficar, literalmente, enclausurados em suas residências, possível segunda onda da COVID-19 pode já estar em alastramento. A Gripe Espanhola, (1918-1920), pandemia anterior entre as mais letais, com cerca de cinquenta milhões de mortes em todo o mundo, segundo registros da época, veio em três ondas sucessivas. Segundo os mesmos registros, a segunda onda foi a mais violenta.
Além das vacinas, ninguém sabe e não há como saber o que está por vir, mas cada indivíduo deve se cuidar e estar vigilante, cuidando melhor de sua saúde e respeitando seus próprios limites. O organismo humano, muitas vezes é contrariado em seu poder e capacidade de se defender, razão pela qual se torna presa fácil de agentes externos, prontos para invadir do corpo. Na prevenção contra atual pandemia, o exagero no “fique em casa” é tão nocivo quanto o relaxamento geral, infelizmente ainda praticado por parte da população.

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