A população sofre com a pandemia, à medida que o novo coronavírus avança, ganha força com novas caras e leva milhares aos hospitais, sob uma onda de notícias falsas, da parte de uns, e de ações inócuas, da parte de outros, com a pretensão de domar a doença. Não bastasse isso que, se não sofrimento físico, a todos cansa, explode no meio político-judiciário uma crise estúpida, de origem irresponsável e tendência ditatorial, a partir da fala de um dos parlamentares que, de acordo com a Constituição da República, em seu artigo 53 “…são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. (EC no 35/2001)”, com reforço em “§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão”.
Sem nada inventar a partir da dura realidade, produzida pelo comportamento de ministros do STF, com muita indignação criticados pelo povo, um deputado deitou falação contra um daqueles ministros, que tem se destacado no ultrapasse da linha demarcatória do que lhe compete no cargo de ministro, de acordo com a Constituição. É bem verdade que, para destacar a denúncia e melhor gravá-la no espírito do público, o parlamentou se excedeu nos qualificativos votados ao criticado; não precisaria de tanto, para demonstrar o que boa parte da população bem informada já sabe sobre a composição do STF e a qualidade moral de alguns dos seus ministros. Não tardou para que resposta viesse do foco das atenções daquelas duras palavras, pois na noite, à hora do repouso, daquele mesmo dia, a Polícia Federal compareceu ao seu domicílio, munida de um “mandado de prisão em flagrante”. O parlamentar foi pro xilindró, mas por ironia da situação, ficou provada a denúncia contra o ministro, que tem ciscado fora do seu terreiro!
Como a qualquer cidadão, ao se sentir publicamente ofendido em sua honra, caberia ao ministro o direito de representação contra seu ofensor junto ao órgão correspondente à sua condição de ministro. Além do mais, o parlamento conta com sua Comissão de Constituição e Justiça, onde tais casos devem ser analisados e julgados. O ministro, se já não estava bem em sua avaliação junto ao povo, com essa arbitrariedade apequenou-se ao nível daquele “delegado de calça curta” de um triste passado! Pergunta-se agora: por que isso acontece? Pode-se responder que, por uma série de razões. Mas, entre elas está uma, mãe das demais e mais pérfida: a luta político-ideológica; luta, que não só viceja no Brasil, mas se agiganta em todo o mundo!
Regime, para ser verdadeiramente democrático, não pode ter estrutura governamental vinculada a grupo de qualquer natureza. Sua estrutura tem que ser neutra em relação às filosofias, religiões e pensamentos de todas as tendências, presentes no povo e na composição da nação. Qualquer vínculo a uma tendência, na política, representada por partido correspondente, não satisfaz e pode ser ofensa às demais tendências. A vinculação de governo a grupo, partido e ideologia, de qualquer tendência, compromete o sentido da democracia, que é o povo no poder, ou governo exercido pelo povo. Tal como a areia, que pode ser composta de grânulos de todos os minerais, inidentificáveis, e assim empregada na solidificação da construção, assim deve ser a estrutura político-administrativa de governo; nada de destaque a grupos de qualquer natureza. Por isso, a dita e conhecida democracia, fechada em partidos e ideologias conflitantes, deve ser substituída pela DEMOCRACIA ABERTA, livre de partidos, na qual os políticos respondem diretamente ao eleitorado que, se os elege, tem também o poder de os destituir, quando não satisfazem o desejo do povo em sua busca pelo bem-estar.
É a luta partidária e ideológica que tem fomentado todo esse estado de coisas, incluindo-se aí a corrupção que, se não nasce sob iniciativa do partido, recebe deste a proteção por força do corporativismo. Ao contrário do resto mundo, amarrado a velhas ideias, o Brasil tem, agora, a oportunidade de mudar de rumos, implantando, pioneiramente, a DEMOCRACIA ABERTA, e em concomitância, uma estrutura de governo mais enxuta, limpa de vícios e de cabides de emprego.
PARTIDOS POLÍTICOS JÁ FIZERAM MAL DEMAIS À HUMANIDADE!