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Ponto de Vista do Batista
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Estamos todos no mesmo barco XLIX

Há um ano, desde o início da pandemia, críticas e denúncias têm sido feitas com relação ao comportamento de risco de parte da população, sem qualquer ação coibitiva vinda das autoridades competentes. Atividades laborativas diurnas têm sofrido restrições e impedimentos, templos religiosos se fecharam e só voltaram a abrir como limitação de público, enquanto que comércio noturno, desnecessário, funcionava sem restrições; festas, reuniões e aglomerações em praça pública corriam soltas, livres de fiscalização.
Na noite do último dia de fevereiro, domingo, a coisa esquentou na praça, em Cachoeira do Campo. Da aglomeração brotou tumulto ou briga generalizada, que forçou a intervenção da Polícia Militar, mediante o uso de bomba de efeito moral. Vídeo a circular nas redes sociais mostra o momento em que a bomba explode e a praça se esvazia. Mas o que chama a atenção é o narrador, que aponta a ação da polícia sem, entretanto, dizer o porquê daquela atitude policial. Dá a entender que os policiais seriam arbitrários e estariam a amedrontar e a agredir pessoas na rua. 
É a chamada meia verdade; verdadeira a ação da polícia e também verdade o uso da bomba de efeito moral. Mas, por que a polícia interveio e por que se valeu da bomba? Isso não foi dito! Não foi dito que, na praça, havia uma grande aglomeração e que no meio dela armou-se grande confusão, com muitas pessoas a se agredir mutuamente. A partir dessa gravação poderia se criar uma narrativa ou várias com propósitos de denegrir a polícia, coisa que se sabe muito comum no mundo marginal. Felizmente, há segundo vídeo, quase certo que gravado por outra pessoa, que mostra a razão da intervenção policial: uma briga, uma confusão com muitas pessoas envolvidas. Dois ou três policiais não teriam condições de dissolver uma confusão daquelas, senão pelo meio empregado! Frise-se ainda que os envolvidos, na confusão, não portavam máscara. Em razão disso, não era recomendável a aproximação dos policiais militares, pois há sempre o risco de alguém num tumulto estar contaminado pelo novo coronavírus. 
Agora vem o outro lado da história. Tomado conhecimento dos fatos, pessoas criticaram o fato de, somente agora, a Polícia Militar ter feito intervenção, pois as aglomerações vêm acontecendo todos os fins de semana. Explique-se: a intervenção se fez somente porque houve desordem pública, briga, agressões, tumulto e não por causa da aglomeração. Crê-se que, pelo menos, no município de Ouro Preto, não está prevista ação da Polícia Militar na ocorrência das indesejadas aglomerações, enquanto em curso a pandemia. A coibição de tais aglomerações, especialmente por lazer, cabe às autoridades municipais. Quem cobra, da Polícia Militar, fiscalização e coibição de comportamento social impróprio, em relação à pandemia, está com o endereço errado! Para isso existe a tal Guarda Municipal, cuja abrangência está só no nome e na teoria, pois se faz presente apenas no umbigo do município, distrito de Ouro Preto, ou distrito-sede. Para ser mais exato, apenas na cidade, pois no restante do distrito-sede, que abrange algumas localidades, também não é vista! No restante do município, a chamada Guarda Municipal comparece, eventualmente, quando convém à municipalidade. Ela é que deveria estar presente diuturnamente, em todo o município, para justificar o nome, dar retorno aos impostos que todos os munícipes pagam, orientar a população e fiscalizar o comportamento social durante a pandemia. Se estivesse presente, ocorrências diversas, denunciadas outras vezes, não teriam acontecido e muito menos a briga generalizada da qual se fala. 
A Guarda Municipal existe por força de lei, que determina o compartilhamento da segurança pública entre estado e município. Em outros municípios, até que funciona, mas no município de Ouro Preto, a Guarda só é vista no distrito-sede; só existe para comprovar a contrapartida exigida por lei! Durante algum tempo, logo após sua criação, um guarda era destacado para Cachoeira do Campo. Certa vez, fui atropelado por uma ciclista, a pedalar em cima do passeio (calçada) e. logo atrás dela vinha o guarda municipal. Nem preparo para coibir aquela infração de trânsito o rapaz possuía! Felizmente, não sofri ferimentos, mas, e se tivesse sofrido? Tamo na mão de calango!

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