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Ponto de Vista do Batista
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Estamos todos no mesmo barco XLI

Ainda que situado no grupo de risco da mais alta faixa, vive-se bem durante a pandemia do novo coronavírus/COVID-19, em meio à polêmica de cada dia com relação à doença e medidas tomadas contra ela, de acordo com visão política de uns e outros, enquanto se aguardam vacinas que se pretendem eficazes, contra um mal, ainda não bem identificado. Desde que não desvinculado do bom senso e não influenciado por pitacos de toda a ordem, pode-se tocar a vida, dentro de certa normalidade, incluindo-se, nesta, a “focinheira” e demais cuidados para se evitar o contágio e a transmissão da doença.
Com todos os riscos oferecidos pela pandemia e problemas políticos dela decorrentes, pode-se dizer que é mais fácil enfrentar essa situação do que tolerar as trapalhadas de prestadora de serviços, tal como a portentosa Cemig Distribuição S/A, vulgarmente conhecida como CEMIG.
Infalível e, rigorosamente, pontual na cobrança de faturas dos mais conscientes que, por isso mesmo, são também rigorosos no cumprimento de suas obrigações, a empresa, nem sempre o é com contumazes inadimplentes. A empresa se arvora entre as primeiras no emprego de altas tecnologias, mas peca, seriamente, no trato com seu consumidor, na ponta, aquele que dela depende para ter luz em sua residência, movimentar seus eletrodomésticos e dar alma à sua parafernália eletrônica. Os casos que levam à apresentação desta denúncia, talvez, sejam a ponta do iceberg, uma vez conhecida a nefasta cultura tupiniquim do “deixa pra lá”, quando prejudicado o cidadão por algo ou alguém, que se julga superior a tudo. Outras ocorrências similares podem haver, mas não registradas porque os prejudicados preferem se calar!
Sabe-se ser da política da empresa o corte de fornecimento ao vencimento de três faturas consecutivas, o que é compreensível no combate à ação de maus pagadores, mas nem sempre isso acontece; e quando acontece, ao cabo de sete faturas vencidas (conforme caso conhecido) a CEMIG pode cortar o fornecimento do vizinho, que nada tem a ver com a questão. Num caso em curso, a inadimplência já alcança quatorze meses e o fornecimento continua, como se tudo estivesse normal. Trata-se de grupo familiar, que repete o comportamento por duas locações consecutivas, deixando de pagar aluguel e fornecimento de energia elétrica. Qual a razão de a empresa dar com o pau em Francisco, inadimplente eventual, e acariciar Chico, inadimplente contumaz?
Que também tomem cuidado consumidores solicitantes de troca de titularidade de instalações. Ainda não totalmente encerrado, um caso de troca a envolver cliente não solicitante, surge outro a causar transtorno de toda ordem, sem que a empresa admita o erro e providencie a correção.
O primeiro caso foi levado à Justiça por dois clientes, depois que um foi ameaçado de corte, quatro vezes, por não quitar faturas destinadas a outrem, e, o segundo, por ter sido, injustamente, denunciado à SERASA como inadimplente. A trapalhada segue e a cada mexida da “burocracia” da empresa mais confusa fica a situação. Que fazer com a estatal? PRIVATIZAÇÃO JÁ! Em que adianta sua capacitação tecnológica se, na ponta, o consumidor não recebe um bom atendimento?
Quando criada, em 1952, pelo então governador, o saudoso Juscelino Kubitschek, a CEMIG era empresa modelo do setor e assim se conservou por muitos anos; um orgulho para o povo mineiro! Salvo engano, sua primeira grande linha de transmissão foi estendida para levar energia aos fornos eletrolíticos da antiga Aluminas (ALCAN), cujas instalações acabavam de ser adquiridas da Eletroquímica Brasileira S/A (ELQUISA), primeira fábrica de alumínio primário do Hemisfério Sul, instalada em Saramenha/Ouro Preto. Tudo na CEMIG era de primeira linha, incluindo-se seus profissionais, formados em escola da própria empresa.
Ligação da CEMIG num imóvel só era liberada mediante o “Habite-se”, fornecido pela prefeitura e prévia conferência milimétrica de toda a instalação de entrada que, devido ao rigor das exigências, ficou conhecido como “Padrão CEMIG”. Um milímetro fora das normas estabelecidas era motivo para o técnico se recusar a efetuar a ligação e o interessado ter que fazer novo pedido!
Hoje, talvez, a CEMIG faça ligação até em casa de cachorro!

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