Há mais de sessenta dias em estado de isolamento social, como ação preventiva contra a disseminação do novo coronavírus, que provoca a COVID-19, estamos longe de ver uma luz no fim do túnel, ou seja, um prenúncio de queda dos números de contaminação e, sobretudo, de óbitos, em todo o território nacional. Os focos estão em algumas capitais, com destaque para São Paulo e Rio, mas a pandemia já atinge maioria dos municípios brasileiros, uns com mais outros com menos gravidade.
Durante bom tempo, o município de Ouro Preto ficou sem nenhum registro e teve seu primeiro caso entre 15 e 20 de maio, mas em 31 do mesmo mês, já se confirmavam 40 contaminados e um óbito. Devido à menor densidade demográfica, o que caracteriza um distanciamento natural, o avanço da pandemia tende a ser de mais fácil controle, no interior do país, mas isso não dispensa o esforço e sacrifícios individuais, na observância das normas recomendadas ou decretadas pelas autoridades governamentais, bem como as instruções oriundas das autoridades médicas e dos serviços de saúde. Lamentavelmente, muitos parecem não estar conscientes do perigo comum a todos e, sobretudo, da responsabilidade de cada um em relação à saúde de seu semelhante, em situações de pandemia.
Saindo um pouco dos deveres de cidadania, o cumprimento das normas é um ato de solidariedade humana e também de caridade cristã.
Deixar de usar a máscara em locais públicos, confraternizar-se (dar as mãos, abraçar ou beijar), ainda que se tenha absoluta certeza de não estarem contaminadas as pessoas envolvidas, são gestos que, além de poderem contribuir para a disseminação da doença, representam maus exemplos, coisa de que menos se precisa, no momento. O uso da máscara pode ser incômodo, como alguns argumentam para deixar de usá-la, mas, nem de longe se compara ao sofrimento de pessoa atacada pela COVID-19, em leito de UTI, segundo relatos amplamente divulgados. A probabilidade de contrair a COVID-19 e dela morrer está entre pessoas de idade mais avançada, mas isso não quer dizer que jovens estejam imunes, porque também eles, até mesmo bebês, podem morrer com a COVID-19! Há muitos casos, no Brasil e no mundo, a comprovar isso.
Portanto, cabe também aos jovens cumprir as normas, respondendo os pais pelos filhos menores de idade, no caso do não cumprimento das normas. O que, no entanto, se vê é um total descaso por essa faixa etária, no tocante ao uso da máscara e ao distanciamento social em Cachoeira do Campo. No início, viatura policial circulava a orientar pessoas para que ficassem em casa, o que, na verdade, nem é tão necessário em pequenas localidades, desde que não haja aglomeração. Quanto ao uso de máscara, absolutamente necessário, não se viu e não se vê um agente de saúde, nas ruas, a fiscalizar e cobrar o uso de máscara, obrigatório pela Lei Estadual nº 23.636/2020.
Mas, enquanto o povo é indisciplinado, consequência da ausência de uma política educacional consistente, do berço à universidade, que prepara o indivíduo para a vida, o poder público preocupa-se com o que mais pode aparecer na mídia, ainda que perfeitamente justificado, deixando de lado o controle da situação.
Assim é que, segundo noticiado, hospital de campanha, bem equipado, foi montado, mas a verificação do estado de saúde dos entrantes no município de Ouro Preto não se fez, até que o número de contaminados já passava das duas dezenas. Parece até que havia um medo de o hospital reforço não chegar a ser utilizado, por falta de contaminados pelo coronavirus e a turma do contra viesse cair em cima! Se real o que nos parece, seria o medo de algo estúpido como teria sido declaração de um político, por ocasião da instalação do Corpo de Bombeiros. Segundo ele, Corpo de Bombeiros era uma bobagem desnecessária em Ouro Preto, pois aqui não ocorriam incêndios. Depois disso ocorreram vários!
No caso atual, depois de arrombada a porta, cuidaram de lhe pôr tranca. Agora são instaladas as barreiras sanitárias!