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Ponto de Vista do Batista
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Estamos todos no mesmo barco XC

Completam-se dois anos da pandemia, muito sofrimento para grande parte da população, atingida diretamente, ou não, pela doença e, muitos, pela morte em família. Também não faltaram ensinamentos, aprendizado e muita experiência, sobretudo para os que, pelo menos até o momento, escaparam da contaminação e podem tocar a vida, ainda que contidos por restrições, na maioria das vezes, necessárias. 
Observa-se que, além do próprio estado de saúde, um fator a contribuir, seriamente, para o agravamento da COVID-19 e o acometimento de outras doenças, é o medo, infelizmente, disseminado por meios de comunicação, em lugar da boa informação e da orientação sobre como evitar o contágio. Em decorrência do medo, mesmo com os devidos cuidados contra a pandemia, muita gente passou e ainda passa a padecer de outros males. A reclusão doméstica, a imobilidade, a falta de ar puro e, sobretudo, a negatividade no pensar, alimentada por jornais televisivos, muito fizeram para que a saúde se debilitasse, mesmo sem o contágio pela COVID-19. Ao ser humano, para que viva, razoavelmente, com saúde, é necessário não se descuidar da boa e regular alimentação, manter atividade física compatível com o estado de saúde e faixa etária, não se esquecendo da atitude mental, que deve ser mantida em nível positivo, mesmo que as circunstâncias possam ser desfavoráveis. Lamentavelmente, tudo isso faltou a grande número de pessoas que, em consequência, foram acometidas de outras doenças, muitas atingidas pela depressão, eventualmente, desaguada no suicídio. 
A gravidade da COVID-19 é fato reconhecido por qualquer pessoa de bom senso, só não se admitindo o medo excessivo e o pânico em relação a ela, o que pode levar a pessoa a alto grau de vulnerabilidade a outras doenças. Em meio às incertezas científicas sobre a nova doença, cuja origem também não foi bem explicada, lamentavelmente, grassou a desinformação em lugar da orientação tão necessária nessas ocasiões. Não se refere aqui aos cuidados básicos, como a higienização das mãos, o uso da máscara nasobucal e o distanciamento social, que têm sido bastante enfatizados, mas a uma atitude equilibrada diante da pandemia. O “ficar em casa”, por exemplo, difundido ao extremo por políticos, foi absorvido ao pé-da-letra por grande parte da população como autossegregação absoluta, imobilidade doméstica, isolamento de tudo e de todos. Muita gente se fechou dentro de casa, deixou a prática saudável de se movimentar ao ar livre, conversar com pessoas, até mesmo por telefone. O exagero e o medo, induzidos por aqueles que deveriam manter a tranquilidade e evitar o pânico, tomou conta de muita gente! 
Sob a insanidade política, chegou-se ao cumulo de prender, algemada, até mulher, simplesmente por estar a descansar em jardim público. Para alguns políticos, a pandemia foi a oportunidade de se exercitar nas práticas ditatoriais, de tanger a população como se gado fosse. O clima de terror ensaiado por alguns mediante emprego de algemas, antes da chibata, presumivelmente imaginada para se abater no lombo de outros recalcitrantes, chegou a tomar corpo, ao iniciar-se a vacinação que, sob a óptica de determinada parcela política, deveria ser obrigatória e a gerar certificado com o qual se abririam as “portas” aos vacinados, excluindo-se da sociedade os não vacinados. 
Caiu, diante de todos, a máscara da hipocrisia da mesma ala política, que se diz contra qualquer discriminação, preconceito e exclusão social! Para, ao menos, amenizar a situação desencadeada pela pandemia, em nada contribuiu autoritarismo, mandonismo e vaidade de alguns políticos, não só aqui, porém em todo o mundo. Malgrado os esforços de especialistas, médicos e demais profissionais da saúde, também a ciência, embora tenha avançado, não tem conseguido debelar o mal, sendo prova disso o recrudescimento da COVID-19, depois de ter feito acreditar que sua extinção entrara em curso. Quem é do ramo e para isso se preparou, mediante longos estudos e trabalho dedicado admite o insucesso, até agora, mas não se rende a ele e continua na linha de busca do conhecimento da real causa da doença, para se obter o tratamento específico. Só assim, a humanidade poderá estar segura ou, pelo menos, com o mal sob controle e, quiçá, afastado de si o controle que lhe pretendem impor. Enquanto melhores dias não vêm, cabe a cada um cuidar de não se levar por imposições externas, ouvindo primeiro seu próprio interior ou consciência, a melhor conselheira, que trazemos ao chegar a este mundo.

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