Tem-se a impressão de que a pandemia poderá se extinguir, menos, no Brasil, onde continuará a fazer vítimas; não diretamente pela COVID-19, ainda que possam sobrar dela alguns focos isolados e menos agressivos, mas pela virulência política, que a tudo contamina, desde o início de 2020, com o surgimento dos primeiros casos. A doença é grave, agressiva, mortal, no plano individual, não deixando de transcender às famílias para atingir a sociedade como um todo e, consequentemente, reduzir suas atividades, produzindo, então, o segundo choque no indivíduo.
Entretanto, menor mal haveria se interesses políticos não se intrometessem na área que não lhes compete; setores governamentais não alterassem a ordem legal das coisas e a mídia corporativa não se desviasse da boa informação, que é sua função, para exercer a militância política. Falhas pode haver na administração de uma situação de calamidade na saúde pública, mormente quando o foco é uma pandemia, da qual não se conhece, definitivamente, sua causa, mas é preciso reconhecer que tudo sido feito, para que pior não seja. Por não se conhecer, definitivamente, a causa (o novo coronavírus), não há ou, pelo menos, não havia tratamento específico, razão pela qual a medicina teria que tratar com os recursos disponíveis e mais apropriados ao caso. Entretanto e ao contrário do que se fazia em outros países, no Brasil, medicamentos existentes e considerados mais apropriados foram satanizados por um esquema político-ideológico, que perseguiu médicos, chegando uma médica de renome a ser ridicularizada, em público (CPI da COVID-19), até por sua fala educada e mansa. Segundo informações em noticiário da internet, partido político chegou a dar entrada, por vias legais, de um pedido de proibição para tais medicamentos no tratamento da COVID-19. Nenhuma vacina emergencial tinha sido liberada, portanto nenhuma ainda aplicada, mas aqui o governo já era acusado de omisso quanto à sua compra.
O medo foi a tônica da mídia sobre a população, infelizmente, não esclarecida sobre a natureza das vacinas, emergenciais e, portanto, sem garantias quanto à sua eficácia. Assim se difundiu a falsa informação de que tomada a vacina, o perigo seria eliminado. Com base nessa falsa crença inoculada na população, o esquema paralelo de combate à pandemia, à margem da lei, levantou a bandeira da obrigatoriedade da vacina, numa clara violação dos direitos do cidadão, entre os quais o de escolher o que quer para si. A essa altura, maioria da população vacinada, muitos casos de COVID-19 e óbitos entre vacinados fazem lembrar que o perigo não passou, embora a vacinação tenha contido o ímpeto com que a pandemia avançava. Assim como a doença não ataca todos os organismos de igual forma, estes também reagem de forma diferente à vacina. O mundo todo sofre a mesma doença e enfrenta problemas dela decorrentes, alguns países em situação bem mais crítica, mas de acordo com a mídia e o esquema político-ideológico é, no Brasil, que acontece o apocalipse e, ainda por cima, “decretado” pelo governo!
É hipocrisia demais e descaramento a se escancarar na distorção dos fatos, para fazer valer suas ideias! Para impedir a demissão de não vacinados, que já corria tanto no setor privado quanto no público, o governo, por intermédio do Ministério do Trabalho, garantiu a permanência daqueles trabalhadores em seus empregos, bem como proibiu a exigência de comprovação da vacina no ato da contratação. Bastou isso acontecer para as centrais sindicais virem a público, para se posicionar contra a medida, sob alegação de estarem a defender a saúde dos trabalhadores dentro da empresa.
Ao invés da defesa da empregabilidade, quando eles próprios denunciam o grande número de desempregados, eles apoiam o empregador que, em ato discriminatório e preconceituoso, demite empregado que exerceu o direito de escolha entre vacinar-se e não se vacinar. Dizem defender os trabalhadores, mas, na verdade, tomam posição política contra o governo, em seu atrelamento partidário. Se fosse o contrário, o governo a determinar a demissão, eles estariam a vociferar contra a injustiça, que seria, de fato! Hipócritas! Sepulcros caiados!