Com a pandemia da COVID-19 tudo mudou, tudo se tornou ou parece outro e, neste ano, até o 1º de maio foi diferente, mas não devido à pandemia, porém em atenção especial às circunstâncias forçadas e debitadas a ela com outros propósitos; que o povo deveria saber, mas não querem que saiba. O 1º de maio foi diferente, porque o gigante se levantou e caminhou nas ruas sob o domínio exclusivo das cores verde/amarelo, numa ação espontânea nunca esperada nas condições em que vive o país e o mundo. Descartou o medo, diuturnamente, imposto pela mídia, deixou de lado cores partidárias, que o dividem, enfeixou entusiasmo e alegria com mansidão e foi dar seu recado aos que precisam ouvir.
Para os grandes e modernos arautos da informação, nada aconteceu, embora as principais praças e avenidas das grandes cidades tivessem permanecido lotadas, praticamente, durante todo o dia, eleito como Dia do Trabalho. É que a pauta, antes dita pela realidade em curso, agora o tem sido pelos interesses da casa.
Mas, isso não mais importa porque o povo nas ruas é como o público, numa sala de concerto, ouvidos atentos à grande sinfonia, em execução, mas surpreendentemente, entrecortada por notas discordantes e sons estranhos à orquestra. O regente, tendo à frente, na estante, a partitura completa, conduz todo o conjunto, atento aos dissonantes aos quais sinaliza, vigorosamente, mas sem obter a resposta esperada. Os instrumentos têm, cada qual, sua parte, diferente de outra similar, porém todos rigidamente em sintonia com a partitura da regência, mas nem todos tocam a parte que lhes cabe. Uma viola aqui, um violino acolá, trompete, oboé, fagote, enfim, instrumentos de naipes diversos não tocam a mesma música, conduzida pela batuta do regente; tocam outra ou improvisam.
Do mesmo modo, para aplaudir, o público se põe de pé e exige fidelidade à partitura, que ela seja executada plenamente por cada instrumento, sem qualquer desvio, improvisações e intervenções externas. O público paga, paga caro para ouvir a grande sinfonia, mas o que se ouve é cacofonia! Partitura e regente “atropelados”, na execução musical é fato inédito, a se refletir no comportamento do público pagante, que se sente ultrajado em seus direitos. E agora? A sinfonia será interrompida, ou, atravessadores se corrigirão, para que o concerto prossiga sem sobressaltos?
Enquanto isso, a COVID-19 prossegue, em pandemia, assustando, metendo medo, quando não toma conta do organismo para levá-lo ao hospital superlotado e, daí, muitas vezes, ao cemitério, debalde todos os esforços dos profissionais de saúde. Mas, não é somente isso que faz ou provoca a COVID-19, sendo bom estar atento a críticas e observações sobre ações voltadas ao estudo e possível tratamento da doença. A politização do problema tem levado à má interpretação de trabalhos, vendo-se neles outro propósito que não de caráter humanitário.
Comentou-se aqui, há poucas semanas, sobre a realização da ANTICOV, um ensaio clínico, em andamento no continente africano, cujo propósito é detectar tratamento precoce da COVID-19, a partir de medicamentos já conhecidos e de uso corrente na maioria dos países. É o caso da hidroxicloroquina, por exemplo (politicamente satanizada no Brasil), que é parte do tratamento padrão na fase branda da COVID-19 em 16 países da África. Desses estudos participam 13 países africanos e 26 instituições de pesquisa de diversos países da Europa e da própria África. Pretendem reduzir o número de internações e quiçá, compartilhar esse conhecimento com o restante do mundo. Pois bem, há quem veja no trabalho apenas um teste no qual os africanos são cobaias. Mas, que teste? Eles não estão a experimentar nada novo; são medicamentos conhecidos e largamente disseminados na prática da medicina, naquele continente maltratado por muitas epidemias. Eles são cobaias! E o resto do mundo, que briga e fura fila (chegou-se a roubá-la) para tomar vacina (qualquer delas), desenvolvida às pressas, testada precariamente sob pressões políticas, contra um vírus mal conhecido? O que são esses vacinados? Por fim, ouço de alguém que todos, mais cedo ou mais tarde, terão a COVID-19. Acham que a COVID-19 será obrigatória, assim como o voto! Gente, basta o que temos por aí. Fatalismo, não!