Ansiosamente aguardadas pela população e tidas como salvação contra a COVID-19, as vacinas demoraram – na opinião dos que vêm a pandemia pelo viés político – mas estão aí e, cerca de um quarto dos brasileiros já se vacinou. Não é fácil dentro de um país de proporções continentais e população acima de duzentos milhões, ainda carente de muitos recursos que facilitem trabalho emergencial de tamanha envergadura, mas tudo caminha a passos largos para a pretendida imunização. A todas as dificuldades circunstanciais, acrescente-se o jogo de corrente política-midiática a fazer de tudo para desmoralizar o governo federal, cujo chefe executivo não está aí para agradar àqueles que se acostumaram grudados nas tetas estatais.
O fato é que as vacinas chegaram, estão a chegar e são repassadas a estados e municípios, para que estes lhes deem o destino final, A população será vacinada. Agora, se será imunizada, são outros quinhentos! Pessimismo? Não, racionalidade! Diante de tantas incertezas, há que ter um pé atrás! Infelizmente, para grande parte da população, uma vez vacinado, perigo cessado; e, para esses, faz sentido, pois as vacinas conhecidas, até aqui, (sarampo, varíola, difteria e outras) são imunizantes, de fato, e não emergenciais. Acontece que as vacinas contra a COVID-19, todas elas, são diferentes, pois são emergenciais, ou seja, liberadas em caráter provisório e por tempo determinado. Na verdade, estão ainda fase de testes, só que com a participação direta da população, em razão de a urgência no combate ao novo coronavírus não poder esperar os testes em laboratório. Na recomendação de se manterem os mesmos cuidados, uso de máscara, higienização das mãos e distanciamento, está implícita a advertência de que as vacinas podem não produzir o resultado esperado. Observe-se que gente já vacinada (as duas doses) contraiu a COVID-19 e morreu!
Mesmo com as evidências desfavoráveis, o desconfiômetro de muita gente ainda não se ligou, fazendo-as pensar que vacina é liberação geral. É conforme dito no texto da semana passada; a diversidade de personalidade dentro da espécie humana produz de tudo, do bom ao mau, o que inclui comportamentos incompatíveis com o momento em curso. Entre os que veem, na vacina, a liberação geral, há gente da turma do golo. Ao contrário dos mais sensatos, a seguir as normas de segurança na prevenção contra o novo coronavírus, ainda que vacinados, querem outros saber se podem beber após a vacina. Há ainda os que falam em “bebemorar” a vacina, quando chegar a sua vez.
Segundo centros de pesquisas, não existem estudos que apontem malefícios do álcool à eficácia da vacina. “Não existem estudos” não quer dizer “não existe perigo”; simplesmente, os estudos se voltaram para a natureza e atuação do vírus e não para a interação da vacina com o álcool. Não é preciso ser especialista no assunto para entender que o álcool é algo a requerer muito cuidado, no seu uso e consumo, sobretudo em relação à saúde, incluindo-se aí sua interação com medicamentos. Logo, associá-lo a vacina, qualquer que seja, pode oferecer perigo, sim, mesmo porque cada organismo é um pequeno mundo à parte, com características próprias. O novo coronavírus é uma incerteza e tudo com ele relacionado vai pelo mesmo caminho, não havendo melhor remédio do que a precaução. Há que haver por parte das pessoas uma atitude pela vida, no sentido mais amplo possível, reconsiderando hábitos e comportamentos nocivos ou duvidosos, que possam interferir com a saúde; e o consumo abusivo de álcool é um deles, ao lado do uso do tabaco.