Aos trancos e barrancos, seguimos avante no enfrentamento do novo coronavírus/COVID-19, com a cobertura dos serviços de saúde e seus dedicados profissionais que, no Brasil, mesmo em condições insatisfatórias, já resgataram da COVID-19 e mandaram para casa mais pacientes que em todo o mundo, proporcionalmente. Mas isso não interessa aos arautos da desgraça! É bem verdade que muitas vidas se perdem e o número diário tem aumentado, os hospitais estão a perder capacidade de atendimento e o desespero toma conta de familiares de pacientes, mas isso não faz do Brasil o pior cenário nesta pandemia.
Pode parecer o pior, sim, para aqueles que, empregados todos os esforços, não conseguiram salvar membros de sua família e amigos. É angustiante também para os dependentes do trabalho diário, sem o qual não conseguem manter a família, incluindo-se pequenos empresários, cujos negócios despencaram ou despencam em números. Muitas vezes, uns e outros são, desnecessariamente, impedidos de trabalhar ou sofrem tantas restrições que os efeitos se igualam.
Esses dois grupos têm mais o que reclamar da situação, mas no geral, nós brasileiros estamos bem, em comparação com grande parte do mundo. O que temos a atrapalhar, no plano coletivo, é muita política, da pior, sobre o assunto, desinformação, manipulação e, no plano individual, muita ação da DIVA.
Explico o que é a DIVA. Antigamente, a atuar mais em bisbilhotices e mexericos, era o “Departamento de Investigação da Vida Alheia”; hoje, ampliada e om mais atribuições é a “Divisão de Interferência na Vida Alheia”. Em tempo de pandemia politizada e de vacinação, idem, de repente, a vida de uma minoria (fica entendido que nem todas as minorias dão as cartas) tende a virar vida de bruxo, no tempo da inquisição. Se não se cuida, pode acabar na fogueira!
Segundo dados estatísticos, dez por cento da população são optantes pela não vacinação, não interessando aqui os motivos determinantes da opção; simplesmente não querem, e, daí? Gente pensa e, consequentemente, não merece ser conduzida como gado! Pois é; basta um optante desses ser descoberto para cair-lhe, em cima, uma torrente de questionamentos acompanhada de imposição, supostamente legal, para que se vacine contra o novo coronavírus. O patrulhamento é ativo e não perdoa; cobra! Há que ter personalidade forte para resistir e não sofrer linchamento mental; pois é isso que fariam se pudessem! Não se sabe se sonharam ou por que meio se acham autorizados a cobrar a imunização obrigatória de todos.
De acordo com a legislação, a vacinação até que pode ser obrigatória, mas não é. O que não sabem ou omitem os defensores da obrigatoriedade é que existem alguns pré-requisitos, para que seja decretada a obrigatoriedade. O mais importante e necessário é que haja vacina comprovadamente eficaz, o que, infelizmente, não se pode dizer das ditas, em uso emergencial. Por que a tais vacinas não se pode atribuir cem por cento de eficácia? Acima de tudo, porque o vírus a ser combatido por elas ainda não é bem conhecido pela ciência. Se a causa do mal não é bem conhecida não se pode garantir eficácia do remédio, e, se o remédio não tem eficácia comprovada, seu uso não pode ser obrigatório; simples assim! Logo, quem quer se vacinar, vacine-se; quem não quer, não se vacine. Que seja respeitado o livre arbítrio! A solidariedade humana é uma mistura de amor, compreensão, ajuda, compartilhamento, mas, interferência nas decisões, nunca!
Numa discussão entre vacinar e não vacinar, defensor da vacinação obrigatória argumenta: mesmo não havendo certeza de eficácia na vacina, ela deveria ser obrigatória, pois se trata de um esforço da ciência no combate à doença, que atormenta o mundo inteiro, há mais de um ano. Sem a vacina, a pandemia pode se prolongar, no tempo, matando mais gente e desestabilizando a vida de outro tanto. Se ela não tiver o poder de conter a pandemia, mal não fará, pois ninguém fabrica uma vacina com intuito de causar mal. – A outra parte pensa, alguns segundos, sobre o que acaba de ouvir e contra-argumenta: até concordo com você, especialmente quando diz não se fabricar vacina com a intenção de causar mal; da mesma forma que uma indústria cervejeira só produz cerveja para dar prazer e não para fazer o mal. Entretanto, pouco antes desta pandemia, uma dessas cervejas matou gente…