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Ponto de Vista do Batista
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Estamos todos no mesmo barco II

Conforme aqui dito, sob o mesmo título, há pouco mais de um mês, o novo coronavirus, causador da COVID-19, avança e já atinge todos os continentes, levando preocupação às autoridades e medo a muita gente; preocupação porque, enquanto não se conhece o vírus, não há como combatê-lo, mediante vacinação em massa, ficando toda uma sociedade, todo um país sob o domínio da incerteza; medo porque, por muito que se cuide, em termos de saúde, o indivíduo se sente ameaçado ante a possibilidade de ser atingido por doença desconhecida, ainda que de baixa letalidade, em comparação com outras similares, conforme mostram estatísticas. Enquanto não se sabe como combater o vírus e eliminar a doença, providências drásticas se impõem para conter seu avanço sobre as populações. 
É assim que cidades, regiões e até países inteiros se fecham e se colocam em quarentena, com as pessoas submetidas a algo similar a prisão domiciliar. Sacrifício coletivo pelo bem coletivo! Essas alterações na vida pessoal, doméstica e social do cidadão, acabam por afetar toda a economia, com redução do trabalho, da produção, do comércio e da renda. O mercado financeiro sofre a pior das crises de todos os tempos, atingido por algo estranho ao setor. A mobilidade mundial é reduzida ao mínimo e indispensável, com sério revés às atividades turísticas. Costumes, hábitos e tradições são revistos e colocados de lado, pelo menos, temporariamente. 
No Brasil, até a semana passada, os casos se limitavam a pessoas que viajaram ao exterior, especialmente à Itália (à Itália e não para a Itália como estão a dizer profissionais da imprensa) e poucos casos de transmissão intrafamiliar dos mesmos. São pessoas de relativo poder econômico, dotadas de bom nível de educação e em condições de viajar ao exterior, o que facilitava a identificação dos contaminados. Por essa razão, os casos detectados eram mantidos sob controle, com ganho de tempo para as autoridades no planejamento de ações concernentes a possível disseminação da doença entre a população que, infelizmente, agora ocorre. A situação torna-se mais preocupante, mas isso não quer dizer que todos correm o risco de sofrer a doença, estando mais vulneráveis a ela pessoas mais velhas (ou idosas, como queiram) e pessoas debilitadas, com baixa resistência imunológica. Quando autoridades, com relação esta emergência, vêm a público para pedir calma, tranquilidade e nada de pânico, estão cobertas de razão. Nada se resolve sob clima de desespero e pânico. Cabe a cada cidadão, sim, ser disciplinado (e este é um dos problemas tupiniquins) e solidário, cumprindo as normas estabelecidas para a coletividade melhor conviver com a situação e superá-la, em seguida. Que cada um cumpra a parte que lhe cabe, incluindo-se aí mais cuidados com a própria alimentação, mais recolhimento ao lar, menos extravagâncias e menos bebida alcoólica. 
Portanto, não colabora, em nada, a atitude de apresentador de televisão, que critica quem pede calma e cobra respostas a conjecturas suas, tendo como base o quadro atual. E se acontecer isso, ou aquilo, o que se vai fazer? Ora, o bom senso pede que todo o trabalho se concentre na assistência aos contaminados, evitando-se ainda que os mesmos contaminem outros, enquanto se adotam ações preventivas, próprias da saúde pública nessas ocasiões. Se todo o necessário, agora, se fizer, conjecturas ficarão nas conjecturas e na baba gasta pelo falador impertinente! Um pouco de silêncio dos anônimos pesquisadores de laboratório – honra eles – lhe faria bem e a nós também! 
Enquanto não se tem a vacina contra o mal, a atenção deve se concentrar na contenção de seu avanço, valendo-se de todos os recursos médico-científicos e legais. O que virá depois terá seu tempo de discussão e avaliação. Todo o mundo vive em clima de guerra, com muitas restrições comuns nos grandes conflitos armados. É a III Guerra Mundial, guerra sem tiro, na qual toda a espécie humana se une contra o inimigo comum, uma espécie microbiológica, mais traiçoeira que qualquer arma criada pelo Homem. É a vez de a espécie humana repensar-se e avaliar se vale a pena realçar diferenças e guerrear pela supremacia.

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