Por Nylton Gomes Batista
“Se confiássemos ao diabo a organização da vida pública, ele não poderia imaginar nada mais engenhoso”, escreveu Simone Weil, a destemida filósofa francesa, em relação a partidos políticos enquanto, na Europa, a Segunda Grande Guerra se alastrava e milhões de pessoas de uma etnia eram executadas por determinação do partido nazista, que vislumbrava o mundo dominado por sua ideologia. A fisicamente frágil, Simone Weil, não poderia ter emitido opinião mais acertada sobre a instituição de grupos políticos dentro da sociedade humana.
Os chamados partidos exploram, ao máximo, paixões humanas, em torno de seus programas, ideias e campanhas, cujos objetivos se concentram no crescimento de si mesmos, os partidos. Seus membros mais destacados tendem a formar oligarquias e, por meio delas, fazer carreira e dominar. Valem-se, ainda, das naturais diferenças (nacionalidades, religiões, etnias, idiomas, etc.) para exacerbá-las, promovendo ódio, rupturas e violência, cujo resultado mais cruel pode ser a guerra. Tais dissenções no campo político-partidário chegam a afetar estrutura familiar e separar pessoas que vivem harmoniosamente. Além da fragmentação e desvio de atenção que cria na sociedade, nenhum sistema partidário pode ser democrático, porque os partidos são, inerentemente dominantes, isolados ou unidos. Todos querem impor a ideologia de um grupo e sufocar a vontade do povo como um todo. Apesar dos desejos e esforços de alguém para fazer o oposto, o verbo mais pretendido por um partido político é o verbo dominar, e, todo partido político carrega o gene do domínio, mesmo de forma não explícita. Grupos políticos foram formados apenas para esse fim.
Sob o princípio da descentralização, há atualmente uma tendência de remover intermediários, permitindo que os indivíduos obtenham o que desejam, atendam às necessidades e obtenham e forneçam informações. É assim que se pode livrar-se da burocracia a partir de casa, obter documentos, trabalhar, vender, comprar e desenvolver inúmeras atividades sem que se interponham terceiros, nas transações, a retardar e onerar o que se deseja realizar. Em todos os setores das atividades humanas, esta é a tendência. Cidadãos só não se deram conta de que na atividade política o que está a sobrar são os partidos, nefastos na interação social e usurpadores do poder!
Desde o surgimento dos primeiros partidos, o mundo foi, é e continuará a ser enganado, se o povo não se levantar contra a usurpação de que é vítima. Países, nos quais ainda vigora o pluripartidarismo, se não quiserem cair no totalitarismo, deverão abolir, por completo, o sistema partidário, ou, cairão nas mãos do partido único. O caminho para a verdadeira democracia passa, obrigatoriamente, pela extinção de todos os partidos.
Para cair no totalitarismo, o Brasil só precisa dar mais um passo, pois o treinamento para aquele regime já se faz por meio do governo paralelo, que persegue, expropria, prende e censura tudo que faz um dos dois grupos em disputa. Os ingênuos dizem ser violação à democracia, como se ela fosse o conjunto de “acessórios”, concedido pelo sistema e agora surrupiado de um dos lados. Essa expropriação de direitos só confirma o que temos dito: que a dita democracia, ainda em vigor, no mundo, é uma farsa! Se não forem tomados os devidos cuidados, tais “acessórios” poderão estar no fim para todos, nesta democracia ‘que foi sem nunca ter sido”! Ao encerrar estas linhas, chega-nos a informação de que ex-deputado federal resiste a outra prisão, por crime de opinião, decretada por algum ministro do STF. Pergunta-se: isso é democracia? Não era quando tudo estava em aparente harmonia e muito menos, agora, quando detentores de poder metem os pés pelas mãos!
PARTIDOS POLÍTICOS JÁ FIZERAM MAL DEMAIS À HUMANIDADE!