Por Nylton Gomes Batista
O café é uma das bebidas mais consumidas no mundo, mas será que ele também pode ser considerado alimento? Para responder a essa questão, é preciso conhecer um pouco da história, da cultura e da ciência por trás dessa bebida tão apreciada. Antes, entretanto, é preciso esclarecer que não estou entre apreciadores e consumidores “devotos” de café, nunca o considerei alimento e, se minimamente o bebo, é para não parecer muito diferente dos demais, mais ou menos isso.
Em relação ao café, sou um tupiniquim às avessas, assim como ao futebol (como atividade econômica), que considero tão corrupto como outro setor, que todos sabem qual é! Também gostava e participava do carnaval cultura espontâneo, quando promovido pela turma do andar de baixo e não, como agora, pelos caras-pálidas da cobertura! Bem, vamos ao café, o que mais interessa, no momento!
No início, café era comida de cabrito, lá na Etiópia. Naquele país africano, onde o cafeeiro é nativo, transcurso do século VII, conta-se que um pastor chamado Kaldi observou suas cabras mais saltitantes depois de comer das frutas vermelhas de uma planta. Ele experimentou os frutos e sentiu o mesmo efeito, ou seja, sentiu-se mais animado. Um monge da região, ao saber disso, começou a usar uma infusão dos frutos para se manter acordado durante as orações. Desde então, o café se espalhou pela Arábia, onde foi cultivado e usado para fins medicinais e religiosos. Daí, o café levou algum tempo para chegar à Europa, onde somente foi introduzido, no século XVI, tornando-se uma bebida popular, especialmente na França, na Inglaterra e na Holanda. Os holandeses foram os primeiros a levar o café para suas colônias na Ásia, como Java e Sumatra, e trazer para a América, onde o plantaram na Guiana Francesa e no Suriname.
No Brasil, a rubiácea foi introduzida, em 1727, pelo militar Francisco de Melo Palheta, que contrabandeou algumas mudas da Guiana Francesa. Perfeitamente aclimatado, o café se converteu no principal produto de exportação, superando o açúcar e o ouro. Em razão do seu cultivo, desenvolveu-se o interior paulista, mediante a criação de grandes fazendas cafeeiras.
Mas afinal, o café é ou não é alimento? Do ponto de vista nutricional e de acordo com especialistas, o café pode ser considerado um alimento, pois contém nutrientes essenciais para o organismo, como minerais, açúcares, aminoácidos e vitaminas do complexo B. Além disso, o café é rico em compostos bioativos, como a cafeína, os ácidos clorogênicos e os diterpenos, que têm efeitos fisiológicos e farmacológicos. O café oferece benefícios e malefícios para a saúde, a depender da quantidade e da frequência de consumo. Pode melhorar o desempenho físico e mental, estimular o metabolismo, prevenir doenças degenerativas, como Alzheimer e Parkinson, proteger o fígado, reduzir o risco de diabetes tipo 2, de câncer e de depressão. Em contrapartida pode causar insônia, ansiedade, irritação, taquicardia, gastrite, úlcera, osteoporose e dependência O ideal é que seu consumo seja moderado, não mais do que quatro xícaras por dia. No entanto, a sensibilidade à cafeína varia de pessoa para pessoa, e, pode ser influenciada por fatores como idade, peso, saúde, hábitos e genética. Portanto, é importante observar os efeitos do café no próprio organismo e ajustar o consumo de acordo com as necessidades e preferências individuais. Em resumo, café é alimento, mas não é “aqueeele” alimento! Pode ser, sim, um engana estômago. Prefiro continuar na minha posição!