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Ponto de Vista do Batista
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Apesar de tudo a humanidade se ilumina

Embora a decadência seja sentida em, praticamente, todos os setores da cultura humana, ao mesmo tempo em que se verifica inversão de valores, a configurar a prevalência do falso sobre o verdadeiro, causando decepções e frustrações em relação ao esperado, pode-se dizer que o ser humano avança em qualidade. Felizmente nem tudo, o que parece, é de fato!
A impressão de que tudo está perdido, que a humanidade se desumanizou e que não há retorno tem como causa o fato de o negativo falar mais alto, fazer mais barulho. O positivo é tranquilo, silencioso, sem alardes. Veja-se o caso do Brasil, há muito imerso em crises sucessivas, de naturezas diversas e enfeixadas pela corrupção. A julgar pela gravidade dos escândalos e suas consequências, incluindo-se aí o volume do barulho em torno dos fatos, tem-se a impressão de que os agentes dos escândalos e da corrupção são maioria. Se verdadeira a impressão que se tem, este país estaria liquidado! No entanto, está de pé, não muito firme, concorda-se, mas está e anda. O que o mantém de pé é a grande maioria, menos corrupta, menos desonesta, que menos atrapalha e muito trabalha para compensar o rombo provocado pelos maus brasileiros, felizmente em minoria. Isso visto entre brasileiros, constata-se em toda a espécie humana, composta por indivíduos de todas as tendências, cuja maioria é voltada para o bem. Grandes divergências e guerras têm origem em grupos políticos e governos, à revelia da vontade dos indivíduos, predominantemente pacíficos e em busca do bem-estar comum.
A contrariar toda essa falsa imagem, construída pela minoria, a humanidade avança e galga degraus na evolução. Indícios há dessa verdade, porém em sendo de natureza positiva, não são percebidos ou não se vê sua correlação com o quadro da evolução. Um desses indícios é a relação humana com os animais, que têm merecido atenção e consideração, cada vez maiores, a partir da segunda metade do século vinte. Não se trata aqui tão somente dos animais domésticos, mais próximos do Homem, como o cão e o gato, porém todos na escala dos vertebrados. Essa relação, que variava entre o desfrute, medo, exploração e o puro desprezo, que podia redundar em morte por prazer, tem mudado, gradativamente, para uma relação de respeito e reconhecimento da vida de cada ser na composição da ordem, na natureza. Muda-se para melhor o comportamento humano em relação aos animais, o que não seria verdade se o ser humano estivesse estagnado em sua marcha evolutiva ou entrado em retrocesso. Nessa transformação, que inclui a formação de especialistas no trato do animal, em todos seus aspectos, bem como indústria e comércio em torno do bem-estar dos bichinhos de estimação, a espécie humana repensa tudo o que ela já foi e já fez contra os ditos irracionais, reconhecendo os erros e reprogramando sua conduta em relação aos mesmos.
Excesso de zelo e luxo, mal vistos por críticos extremados, são formas de as pessoas comuns compensar o que não podem e cabe aos profissionais da área fazer em prol dos animais afastados do ambiente humano. O fato de haver problemas sociais, como doenças e miséria entre brasileiros, sobretudo crianças, não invalida ações pró animais, domésticos, silvestres ou selvagens. Se não diretamente, está claro que de forma indireta, o setor ameniza o quadro social ao empregar grande parcela da mão-de-obra nacional e gerar alta soma em tributos que, se não empregados corretamente, outros são os culpados por isso. Que não se julgue e condene quem dá carinho e luxo ao seu cão ou gato! Esse mesmo gesto pode se replicar num órfão por mãos estranhas, por sua vez não afeitas aos animais! No julgamento do todo, um não invalida o gesto do outro, pois ambos são necessários.
Aproveito a oportunidade para registro de uma curiosidade entre animais. Nossa gatinha andava tranquilamene no terreiro quando, de repente, um bem-te-vi desceu do alto onde estava, fez um voo rasante sobre ela, chegando a eriçar-lhe os pelos, e retornou ao alto. – Coisa banal! – poderão dizer. Acontece que esta foi a terceira vez que presenciei tal comportamento entre um bem-te-vi e um felino doméstico. Não foi coincidência, haver um bichano na rota de voo da ave e, numa das vezes anteriores, o bem-te-vi repetiu a “provocação”, que mais parece o gesto. O mais interessante ainda é que a ave parece “saber” do risco de ser apanhado pelo gato, pois faz o rasante no sentido cauda/cabeça do animal. No caso de enfrentar o gato pela frente, a destreza deste pode ser fatal ao atacante. Como se explicam tais coisas, “sabendo-se” que os irracionais não pensam?

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