Por Nylton Gomes Batista
Sem querer, querendo, o povo brasileiro vive um ensaio da DEMOCRACIA ABERTA, desde que, saindo da zona de conforto, foi para as ruas e lá permanece, em defesa da liberdade; do direito de escolher agentes políticos, sem que seja manipulado por quem quer que seja; do direito de corrigir o erro, caso malogre na escolha de seus dirigentes; do direito de cada cidadão, em conformidade com a lei, ser o que é e escolher seu próprio destino. Essa, sim, é a verdadeira democracia, ainda que um tanto “desconfortável” e confusa sob o peso do governo ditatorial paralelo. Só lhe falta ordenamento constitucional, cujo ponto principal é a ausência de partidos políticos, além da estrutura tecnológica, que fará a interação permanente entre eleitorado e agentes políticos.
Em sua essência primária, a democracia aberta está em prática; o povo a manifestar sua vontade, sem se escorar em partido ou que qualquer deles lhe dê cobertura ou o manipule. Muitos perguntam: por que tem o povo que estar nas ruas e em pontos específicos, para manifestar sua insatisfação? A resposta é muito simples: porque o Congresso Nacional nunca acatou a soberania do povo, como deveria, conforme reza a Constituição. Se os manifestantes se posicionarem diante do Congresso Nacional, é quase certo de que de lá serão enxotados! O Legislativo, nos três níveis, é dominado pelos partidos políticos. Vereadores, deputados estaduais, federais e senadores respondem aos seus respectivos partidos e somente a eles obedecem. Excepcionalmente, alguns parlamentares se põem ao lado do povo, mas podem acabar por pagar um preço. Veja-se que, na atual situação, parlamentares têm sofrido perseguição, de diversas formas, incluindo-se prisão, sem qualquer fundamento jurídico. Qual a origem dessa anomalia? É a partidarização do Poder Judiciário e a militância política de seus integrantes, destacando-se um como se pharaó fosse, num Brasil com cara do Egito antigo!
Nada disso estaria a acontecer, se o Tribunal Superior Eleitoral – TSE tivesse ouvido e atendido a sociedade no que tange às dúvidas sobre urnas eletrônicas. Registre-se, nesta oportunidade, que questionamentos e dúvidas sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas, remontam a período bem anterior ao pleito de 2018, quando então se tornaram mais presentes e insistentes. No entanto, ao invés de esclarecer, de vez, as dúvidas, o TSE foi intransigente em sua posição de total e irrestrita confiabilidade na engenhoca! Ministros daquela corte bateram pés, como meninos birrentos, carentes de boas palmadas!
Aliás, peraltices o TSE já pratica desde 2006, quando igualou o “voto nulo” (dado pelo eleitor) ao “voto anulado” (assim tornado pela Justiça Eleitoral), tirando do eleitor uma opção legítima, diante de candidatos indesejáveis. Graças a essa opção, repita-se, legítima, várias eleições municipais foram repetidas, devido à maioria de votos nulos, em primeira convocação, de 1965 a 2006, ou seja, 41 anos, incluindo-se o período militar. A interpretação marota dada ao Art. 224 do Código Eleitora, diga-se de passagem, ainda vigente, foi feita, e, da internet foram apagados todos os vestígios sob a forma de notícias relativas às eleições municipais anuladas e repetidas em segunda convocação.
Este é o Brasil da mentira, da enganação, da manipulação, das tretas e mutretas, da corrupção, da impunidade, que os brasileiros de agora tentam corrigir. Quando se pensava ter vencido os corruptos, retiraram um criminoso da cadeia, para que concorresse à presidência da República! Pior é que, segundo suspeitas, pauzinhos foram mexidos para que ele vencesse o pleito! Para complementar o quadro ultrajante toda a engrenagem do sistema insulta e ofende o povo que, segundo sua óptica enviesada, está a tramar contra a “democracia”. O sistema senta no próprio rabo e tenta colar similar no povo! Faz de tudo para inverter valores! Talvez, nem perceba, mas podem ser estertores ao se asfixiar em seu próprio vômito! O povo se cansou de ser enganado e manipulado, porém não se cansa no enfrentamento ao sistema irremediavelmente corrupto.
PARTIDOS POLÍTICOS JÁ FIZERAM MAL DEMAIS À HUMANIDADE!
nbatista@uai.com.br
Cachoeira do Campo, 19 de novembro de 2022