Por Nylton Gomes Batista
Ao chegar à metade de 2025, ano que fecha o primeiro quartel do século 21, constata-se maior aceleração no desenvolvimento tecnológico, o que leva a uma previsão de avanços bem superiores aos do século anterior, nos próximos setenta e cinco anos. O século passado foi fértil em descobertas e invenções. A eletricidade se tornou onipresente, o que permitiu o surgimento de uma gama de máquinas industriais, a impulsionar o setor, e aparelhos domésticos, para a comodidade e bem-estar das famílias. Ao falar da eletricidade, não se pode esquecer da eletrônica que, entre outros benefícios, trouxe o rádio e a televisão.
Há, entretanto, a demora entre descobertas, invenções e seu alcance pela população. O rádio, por exemplo, cuja transmissão inicial se deu em 1922, por ocasião do centenário da independência do Brasil, só pôde alcançar toda a população, no surgimento do rádio a pilha. já na segunda metade do século, pois até então boa parte do interior do país não era beneficiado por energia elétrica. Introduzida no Brasil, em 1950, a televisão levou menos tempo para se popularizar, pois na década seguinte, já alcançava a maior parte do país. Parece-me que, no setor da comunicação, foi o telefone o serviço que mais tempo levou para chegar ao brasileiro comum; demorou mais que a propriedade do automóvel. Instalada a primeira linha, em1877, por D. Pedro II, interligando o Palácio da Quinta da Boa Vista aos ministérios, o telefone só se popularizou mais de cem anos depois, a partir dos anos 80, final do século 20. Com a introdução do celular, a partir de 1990 e posterior integração à internet, o serviço telefônico foi, finalmente, democratizado, estabelecendo-se o contato pessoa a pessoa, em escala mundial também a geladeira, surgida em 1947, só pôde alcançar toda população, depois que a eletricidade chegou.
Quanto ao transporte, o automóvel circulou, no Brasil, pela primeira vez, em 1891, aqui introduzido por nada mais, nada menos que Santos Dumont, futuro Pai da Aviação! Portanto, à entrada do século 20, no Brasil já havia automóvel, mas, não havia estradas! Por isso, além do seu alto custo, é o benefício, ao qual a maior parte dos brasileiros não teve acesso como proprietária, durante, praticamente, cem anos. Creio que até o fim dos anos 30, destacava-se, em cada pequena localidade, a figura do procurador profissional, não advogado ou rábula. Devido às grandes dificuldades de locomoção, incluindo-se hospedagem e seus custos, muitas pessoas delegavam o poder de realizar pequenos negócios, receber proventos no serviço público e outras coisas mais, mediante procuração, lavrada em cartório; sendo o procurador Pessoa de altíssima confiança, o que se pagava a ele pelo serviço era altamente compensador. O computador pessoal, introduzido no final do século, trouxe mais facilidade na comunicação escrita, mecanizou tarefas rotineiras e cansativas, deu mais autonomia na realização do trabalho, reduziu tempo no processo de produção, enfim, fez uma revolução nas atividades humanas.
O século 21 já encontrou campo propício a outras inovações e desenvolvimento mais acelerado, o que equivale a menos tempo até a chegada dos resultados à população. A internet avançou, criaram-se as redes sociais e mais recentemente, veio a inteligência artificial – IA, complemento extraordinário à inteligência humana! Superado o estágio web 1.0 a internet passou ao estágio atual. Web 2.0 e já se prepara para o próximo estágio, web 3.0. A web 2.0 é baseada em plataformas centralizadas como redes sociais, serviços de streaming e marketplaces que, somadas a empresas como Google, Facebook e Amazona, controlam grande parte dos dados e da internet. Ela, a web 2.0, trouxe interatividade, redes sociais e economia digital, porém gera preocupações com privacidade e monopólio. Ao contrário da centralização e controle por parte das big techs, a web 3.0 deverá trazer descentralização, transparência e autonomia, utilizando a blockchain, contratos inteligentes e criptomoedas, para transferir o poder aos usuários. Isso permitirá que eles tenham mais controle sobre seus dados e interações online. O objetivo é criar uma internet sem intermediários, na qual transações e conteúdos sejam mais seguros e democráticos.