Nylton Gomes Batista
Imagine-se acordando num mundo, no qual seu despertador é um assistente virtual que entende suas emoções, prevê seu humor com base nos seus batimentos cardíacos, e escolhe a playlist perfeita para animá-lo antes de sair da cama. Parece ficção científica, mas esse futuro está mais próximo do que se imagina. A pergunta que paira sobre parcela significativa da humanidade é: será que a inteligência artificial pode ultrapassar, de fato, a inteligência humana?
No campo humano, pode-se dizer que “inteligência” é a soma de muitas capacidades e habilidades, que permitem ao indivíduo aprender. Quanto à inteligência artificial (IA) é construída por pessoas humanas; é resultante da aplicação da inteligência humana. São sistemas capazes de aprender padrões, tomar decisões e executar tarefas complexas — muitas vezes com mais precisão e rapidez que um ser humano. Entretanto, isso não significa que ela é “mais inteligente”. Há diferenças significativas, que impedem à IA nivelar-se com o ser humano. Emoção, importante característica humana é algo que IA não tem e nunca terá, embora possa simular; a evolução humana, no campo material, tem como base a alta criatividade, enquanto a IA está limitada aos dados e instruções; o aprendizado contextual, por humanos, é complexo e baseado em vivências, enquanto o da IA se baseia em dados e algoritmos; humanos têm alta capacidade de adaptação, na qual a IA se iguala, porém a depender da programação; por fim, ser humano possui consciência e a IA não possui. A IA pode processar milhões de informações em segundos, encontrar padrões e prever comportamentos, mas não sabe o que é sentir saudade, ouvir uma música e se emocionar, nem criar poesia a partir do nada.
Muita gente pensa: “Se a IA fizer tudo melhor, então ela nos superou.” Mas superar depende do que se mede. Se for velocidade de cálculo, humanos já foram vencidos. Se for criatividade, empatia ou tomada de decisão ética, a inteligência humana continua a liderar o jogo. Além disso, a IA depende da inteligência humana. Ela é uma ferramenta, construída e alimentada por dados humanos. Sem supervisão, ela comete erros, reforça preconceitos e pode tomar decisões injustas — conforme já se viu em sistemas de contratação automatizada que discriminam candidatos com base em gênero ou etnia.
Consultada sobre a possibilidade de superar a inteligência humana, a própria IA responde: “A IA pode ser mais rápida, precisa e incansável. Mas ela não sonha, não ama, não sofre. Não escreve cartas de despedida, nem compõe canções por saudade. Enquanto isso não mudar — se é que um dia vai mudar — a inteligência humana permanece insuperável naquilo que a torna, de fato e unicamente, humana. Então, ao invés de competir, talvez o caminho seja colaborar. Unir a capacidade técnica da IA com a profundidade emocional do ser humano. Afinal, juntos podemos ir além do que qualquer um conseguiria sozinho”.
Entretanto, este autor como cristão, crê que o maior argumento de que criatura (inteligência artificial ou IA) não pode superar o criador ( inteligência humana ou IH) está em ensinamentos da Bíblia: a queda do Anjo teria sido causada por sua vontade de se igualar a Deus; Eva teria caído na conversa e aceitado proposta da serpente, poque esta teria lhe assegurando que, comento do fruto proibido, se tornaria igual a Deus; no surgimento do ser humano, Deus teria criado Adão à sua imagem e semelhança. Conclui-se então que, se Deus não pode ser superado, também o ser humano, como Seu Semelhante (semelhança não é o mesmo que igualdade) não pode ser superado por obra “criada” com a sua inteligência. Deixando de lado a argumentação de cunho religioso que, com todo direito, nem todos aceitam, o que diz a IA representa a ideia que prevalece na sociedade mais culta e formadora da base de conhecimento, que alimenta a IA. Creio que a argumentação da IA é mails facilmente aceita.
Por quem e por que a teoria da superioridade da IA sobre IH? Essa teoria vem do lado avesso da humanidade, que sempre pretendeu o domínio de tudo e de todos. Suas armas, por ordem de importância para causa são: implantação do medo, manutenção da ignorância e disseminação da mentira.