No dia 4 de setembro, Ouro Preto deu um grande passo para a preservação do patrimônio histórico mineiro. Em cerimônia realizada na Fundação Gorceix, o prefeito Júlio Pimenta recebeu do Museu de Arte Sacra de Ouro Preto o projeto para implantação do Parque Arqueológico do Morro da Queimada, trabalho produzido por uma equipe interdisciplinar de técnicos sob coordenação do arquiteto Benedito Tadeu de Oliveira, da Fundação FioCruz. Foram mais de 10 anos de pesquisas para, enfim, chegar ao resultado final, com 266 pranchas, o qual foi entregue à Prefeitura na última semana.
O coordenador do projeto explica que a implantação do parque tem importância científica, cultural, histórica, social e turística, ressaltando as diversas pesquisas que poderão ser realizadas no local e também a preservação da parte arqueológica do parque. “Estamos prevendo diversas infraestruturas, como cercamento, edificações de apoio ao parque, requalificação das trilhas, estacionamento, proteção de sarilhos e a consolidação das ruínas”, conclui Benedito Tadeu.
O prefeito elogiou bastante o projeto que, segundo ele, é, tecnicamente, um dos mais completos que já tenha visto. “O desafio agora é buscar os recursos necessários para a implementação desse parque, e nós estaremos buscando junto à Unesco, ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e a outros organismos internacionais e nacionais a viabilização desse parque. Esperamos em breve dar a boa noticia para a comunidade”, conta Júlio Pimenta.
O vereador Juliano Ferreira representou a Associação de Moradores no Morro da Queimada na cerimônia e explicou que o projeto teve início em 2002 e que em 2005 foi mais consolidado pelo Museu de Arte Sacra do Pilar. “Hoje o parque é uma área protegida, o projeto é reconhecido pelo Ministério da Cultura, tem ciência nos conselhos da cidade e o projeto tem um conselho próprio. A ideia é que futuramente faça-se de lá um local de pesquisa e um parque para visitação turística e lazer. Ele vai valorizar os bairros que estão no entorno, que é o próprio Morro da Queimada, Morro São João, Morro São Sebastião, Piedade e Morro Santana”.
Padre Marcelo Moreira Santiago, representando Museu de Arte Sacra do Pilar, relembra que coube ao Cônego Simões assumir essa iniciativa e, junto com outras instituições, conseguiu contribuir para a implantação do parque. “Estamos muito contentes por termos ajudado de alguma forma até o momento”.
Além do Museu de Arte Sacra, o projeto é desenvolvido em parceria também com a Fundação Gorceix, uma vez que parte do terreno onde se pretende implantá-lo pertence à instituição. O presidente da Fundação, Cristovam Paes de Oliveira, explica um pouco a atual parceria. “Quando a gente conhece a área, percebemos claramente que ali está a memória da mineração no Brasil. Sabemos que o custo financeiro para a implantação de um projeto desse porte é alto, mas o retorno é muito grande, não só para a comunidade como também para o estado de Minas Gerais e para o nosso país”. E conclui falando sobre os planos futuros. “Pretendemos a participação efetiva da Fundação Gorceix, não só na implantação, mas também na gestão desse parque”, a exemplo do que já é feito no Parque Natural Municipal das Andorinhas, ideia esta que foi reiterada por Antenor Barbosa, atual secretario Municipal de Meio Ambiente ainda durante a cerimônia.