Artista plástica mineira é a primeira mulher a realizar uma individual na sede do Museu da Inconfidência. Exposição reúne 100 obras inéditas e celebra os seus 35 anos de percurso artístico
Bellavinha chama a atenção para a história colonial do Brasil, de Minas e do próprio Museu, a partir de pinturas e esculturas feitas com pigmentos oriundos de rejeitos de mineração.
A partir do dia 14 de dezembro, as seis janelas frontais do Museu da Inconfidência – construção monumental do final do século 18, na Praça Tiradentes, em Ouro Preto (MG) – serão cobertas por telas brancas com um dispositivo de bombeamento na parte superior, que faz derramar tinta vermelha. A intervenção anuncia a exposição Pranteio, da mineira Niura Bellavinha, primeira artista mulher a realizar uma individual na sede do Museu.
A mostra propõe um olhar contemporâneo para o passado, levando a uma reflexão sobre o Brasil atual e sobre o país que queremos para o futuro. As janelas que sangram falam tanto do Brasil Colônia quanto do país no século 21.
“O que a gente vê é uma reflexão muito complexa da Niura Bellavinha em relação à nossa herança colonial. Se, por um lado, ela fala sobre nossas cicatrizes em termos de uma situação de mando e submissão, por outro, traz referências que transformam essa relação, apontando para um futuro que pode ser melhor, desde que atuemos para isso”, observa Ana Avelar, curadora da exposição.