Natural da cidade, Aleijadinho deixou um legado artístico imortal que até hoje define a identidade de Ouro Preto e do Brasil
Reportagem: Vivian Chagas
Nesta segunda-feira, 18 de novembro, Ouro Preto presta homenagem aos 210 anos da morte de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, um dos maiores mestres da arte barroca no Brasil. Natural da cidade, Aleijadinho deixou um legado artístico imortal que até hoje define a identidade de Ouro Preto e do Brasil, sendo suas obras um símbolo de genialidade e resistência.
Boa parte dos feitos artísticos de Aleijadinho está concentrada em Ouro Preto, onde o mestre criou algumas de suas obras-primas. Entre os maiores ícones de sua produção na cidade está a Igreja de São Francisco de Assis, projetada por ele em 1766. Ela reúne, em sua estrutura, a visão arquitetônica de Aleijadinho, além de detalhes feitos por sua oficina, como o altar-mor, o retábulo, o frontispício e a fonte-lavabo da sacristia. Esses elementos revelam a complexidade e a grandiosidade do trabalho barroco e a habilidade do mestre em combinar arquitetura, escultura e talha dourada.
Além da Igreja de São Francisco de Assis, outras obras de Aleijadinho em Ouro Preto também guardam o legado artístico do mestre. Na Igreja de Nossa Senhora do Carmo, Aleijadinho modificou o frontispício e esculpiu a sobre porta, o lavatório da sacristia e os altares laterais. Na Igreja das Mercês e Perdões, ele fez o risco da capela-mor e esculpiu as imagens de São Pedro Nolasco e São Raimundo Nonato. Já na Igreja de São José, Aleijadinho foi responsável pelo risco da capela-mor, da torre e do retábulo. Na Igreja de Nosso Senhor Bom Jesus de Matosinhos, ele esculpiu a estátua de São Miguel Arcanjo, entre outras esculturas no frontispício. Também, na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, Aleijadinho esculpiu a imagem de Santa Helena.
Flávio Malta, secretário de Cultura e Turismo de Ouro Preto, enfatiza a importância do legado de Aleijadinho para a cidade: “A obra de Aleijadinho não só embeleza nossas igrejas, mas também conta a história de Ouro Preto e do Brasil. Ele é um símbolo da nossa identidade cultural, da fé e da resistência da arte diante das adversidades.”
A figura de Aleijadinho é, até hoje, um símbolo da resistência e da genialidade humana. Mesmo acometido por uma doença que deformava suas mãos e pés, ele jamais deixou de produzir. Suas esculturas, que incluem as famosas figuras dos Profetas de Congonhas, feitas em pedra-sabão, e o próprio trabalho em Ouro Preto, são testemunhos de uma dedicação inabalável à arte e à fé.
Homenagem ao mestre
Para celebrar sua memória, a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição e o Museu do Aleijadinho realizam, neste mês, a 45ª Semana do Aleijadinho, uma série de eventos que prestam homenagem ao mestre. Nesta segunda, será celebrada uma Santa Missa às 19h, presidida por Dom Edmar José da Silva, na Igreja Nossa Senhora da Conceição, projetada por Manuel Francisco Lisboa, pai de Aleijadinho. Após a cerimônia, será inaugurada uma estátua de Aleijadinho, doada pelo artista Elias Layon, que passará a integrar o acervo do Museu do Aleijadinho, localizado dentro da paróquia.
