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Interpol procura por peças Sacras da Igreja do Pilar de Ouro Preto

Roubo aconteceu em 1973

Peças sacras roubadas do Museu da Matriz do Pilar de Ouro Preto foram incluídas na lista internacional de bens procurados pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol). A solicitação de inclusão das peças sacras foi feita no início de 2016 pelo Ministério Público de Minas Gerais, por meio da Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais. As peças incluídas na lista são: uma urna dourada da irmandade do Santíssimo Sacramento, um cálice custódia e três cálices tradicionais e de duas coroas.

O roubo aconteceu em 02 de setembro de 1973. Na ocasião, foram levadas quinze peças datadas de 1730. Entre as peças, estavam um conjunto único de peças em prata e dourado, feitas especialmente para a festa de inauguração do Pilar.

O administrador da Paróquia do Pilar, Carlos Oliveira (Caju), explicou que a maioria das peças levadas não foram inventariadas e que isso atrapalha na busca, pois não há fotografias para facilitar o reconhecimento. Contudo, ele afirma que há pessoas em Ouro Preto que seriam capazes de reconhecê-las hoje. Ele também contou que a catalogação dos bens da Matriz só foi feita nos anos de 1980.

Carlos comentou que os suspeitos do roubo foram identificados na época do crime, e que, graças a uma conversa entre eles, sabe-se que havia a intenção de levarem as peças para Portugal. Essa é uma suspeita da Promotoria.

Segundo o administrador, existe uma insistência em manter viva a memória desses bens que possuem grande relevância artística e econômica: “Há um costume, desde o padre Simões, de batermos o sino da igreja, todo dia 02 de setembro, para lembrar a comunidade do roubo. Temos esperança que as peças sejam encontradas”.

Parceria com a UFOP para organização do inventário

A Paróquia do Pilar mantém uma parceria com os departamentos de Museologia e Computação da UFOP em um projeto de revisão do inventário e catalogação eletrônica dos registros. Alunos dos dois cursos atuam nas atividades de preservação das informações dos bens inventariados.

Incidência de roubos de bens sacros em Minas

A estimativa da promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais é que 60% dos bens sacros do estado estão desaparecidos graças a roubos e apropriações indevidas. A comercialização desses bens movimenta um mercado ilegal que é rentável, mas traz prejuízos ao patrimônio cultural e econômico do Brasil.

Importância dos inventários

A elaboração de inventários é importante, pois, a partir dos dados gerados, permite identificar bens significativos para promover tombamento individual ou de conjunto, criar referências para orientação e elaboração de legislações urbanísticas e política de Educação Patrimonial. Além disso, é possível também estabelecer políticas públicas na área de preservação do patrimônio cultural e confirmar o potencial turístico, sugerindo a criação de roteiros turísticos.

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