O Liberal
Últimas Noticias
Ouro Preto
3 min

Instituto Geotécnico de Ouro Preto chega para eliminar as tragédias anunciadas

Instituto Geotécnico de Ouro Preto chega para eliminar as tragédias anunciadas

Tragédias em Ouro Preto podem ser evitadas com soluções simples e mobilização da sociedade. O professor da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) Romero César Gomes defendeu, esta semana, a implantação do Instituto Geotécnico de Ouro Preto (Ingeo) na Câmara Municipal. Com base em embasamentos técnicos e a Carta Geotécnica de Ouro Preto, essa já entregue à Prefeitura, o geólogo garantiu que os escorregamentos de terra que afligem os moradores podem ser combatidos por meio de ações sistemáticas e estudos continuados de engenharia e monitoramento, tendo à frente um órgão estritamente técnico e consultivo na cidade. “Não podemos cair no esquecimento. Ouro Preto precisa de uma gestão permanente e eficiente na área geotécnica e isso só será permitido por uma instância fora do convencional, para uma cidade também diferente. As soluções são viáveis e simples, mas requerem um trabalho a longo prazo e mobilização”, destacou.

A proposta para a criação do Instituto ganha força com o término da atualização da Carta Geotécnica de Ouro Preto, fruto de 10 anos de estudos por professores e alunos da UFOP, em parceria com a iniciativa privada. Ela se originou de investigações de ocorrências de deslizamentos no passado, caracterização das áreas de riscos, monitoramento atual e a previsão dos propelimos futuros. “A geologia desfavorável, a ocupação desordenada do espaço urbano, o excesso de chuvas, entre outros fatores contribuíram para que Ouro Preto chegasse a 60% de sua área com elevado risco de desastres (risco 4) principalmente na região da Serra de Ouro Preto. Precisamos fazer algo, pois é absolutamente previsível desastres nas próximas chuvas”, aponta o especialista.

No entanto, ele afirma que a cidade não é uma “bomba-relógio”, uma vez que os problemas podem ser atacados através da prevenção e um trabalho permanente, em parceria com o poder público e a Universidade. “As soluções são viáveis com engajamento de diversos atores e ações de engenharia, como o monitoramento constante das áreas de risco e a implantação de drenagens pluviais. Além dessas finalidades, o Ingeo atuaria na conscientização da sociedade por meio da educação ambiental e respeito às normas de uso e ocupação do solo”, afirma. O Instituto contará com participação de voluntários, pesquisadores e alunos em tempo integral. Ele deverá ser criado com status de autarquia, através de projeto de lei de autoria do executivo que foi sugerido pelo legislativo na terça-feira, 13.

Hoje, 15 inclinômetros (aparelhos para medição de inclinação das encostas) encontram-se instalados nas imediações da Rua Padre Rolim, próxima a antiga Santa Casa, e da Igreja de São José. A proposta é aumentar consideravelmente esse número, permitindo um monitoramento qualitativo das áreas mais críticas, como Taquaral, Piedade e Santa Cruz, entre outros bairros. Estima-se ainda que cerca de 6 mil pessoas estão em vulnerabilidade ao logo da região da Serra.

Todos os Direitos Reservados © 2025

Desenvolvido por Orni