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Com mais de dois mil poemas escritos, poeta moradora de Amarantina sonha em ver suas obras publicadas

Com mais de dois mil poemas escritos, poeta moradora de Amarantina sonha em ver suas obras publicadas

Dité Silla começou a escrever seus poemas depois que chegou ao Brasil, em 1977

O distrito de Amarantina, em Ouro Preto, se tornou o lar de uma poeta com milhares de poemas escritos, mas pouco conhecidos, ao menos na região. No Brasil desde 1977, a escritora Dité Silla veio fugida da Hungria para a Alemanha Ocidental em 1970. A poeta, hoje, com mais de 90 anos, junto com seu marido e filha, recebeu a reportagem do jornal O LIBERAL para contar sua história e divulgar seu trabalho, com a esperança de conseguir publicar suas obras.
Quando chegou ao Brasil, Dité não falava nenhuma língua latina, e foi já no segundo ano que estava aqui, que a poeta iniciou a composição dos poemas em português. Muitos acharam um mistério, por ser bastante diferente de sua língua natal, Dité porém, acha que é uma dádiva, deixando de lado qualquer tipo de ‘ismo’.

Junto com a família, a escritora morou em diversas cidades do Brasil, fontes de sua inesgotável inspiração. Hoje, a poeta soma mais de dois mil poemas, a maioria, reflexões em poesias das cidades onde morou como Rio, Sã Paulão, São Luiz do Maranhão, Curitiba, Belo Horizonte, entre outras.

A filha conta que o sonho é publicar todas as obras da mãe. “Por todos os lugares que passamos, minha mãe escreveu vários poemas. Fez até uma coleção, chamada de Ciclos, como Ciclo Paraná, Curitiba, Público… foram diversos. Agora nós queremos reunir todos em uma publicação, para que todos possam conhecer o seu trabalho e realizar um sonho antigo”, revela Cristina.

Dité começou a escrever depois que chegou ao Brasil e perguntada sobre essa paixão, o que a motiva, ela simplesmente diz: “não sei explicar. Simplesmente sinto uma vontade de escrever e o texto flui… Digo que é como psicografia, uma criação usando outra criação”, define.

Para publicar sua obra, Dité precisa de apoio cultural. Interessados podem entrar em contato com a filha, Cristina, para conhecer mais o trabalho da poeta. O telefone é o (31) 9 8916-9206.

Poema

Canção

Não estou contando horas

Estou por minas-adentro

Seguindo borboletas

Nos cheirosos cantos

Estou aguardando minhalma

Com cores trocadas por pingos de arco-íris.

Paisagem, que és a minha,

Porque não nasci para ti

Com todos os meus presentes passados?

Não conto tempos

O flutuar do invisível

Me deixa ver os verdes

Do milharal milenar,

A lagoa azular

Estou minas adentro

Cantando o sem-som dos encantos

Dité Silla

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